A necessidade de construção de uma política estratégica de longo prazo para o desenvolvimento sustentável e forte do setor de comunicação brasileiro foi tema de um encontro realizado nesta terça-feira, 8, entre o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann. Desde o início da construção do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o Ipea tem sido parceiro do governo no levantamento de dados para a consolidação de políticas públicas direcionadas. Hoje, Pochmann apresentou ao ministro o resultado de uma série de pesquisas detalhadas sobre o setor de comunicação, e o diagnóstico dos números encontrados é que há uma urgência em se pensar no médio e longo prazo para que esse segmento econômico possa continuar crescendo e gerando retorno para a sociedade.
Segundo Pochmann, o setor de comunicação como um todo ainda peca pelo baixo índice de investimentos em comparação com outros países. Outro problema é o reduzido nível de competição, especialmente no ramo das telecomunicações. "Há um baixo grau de competição no Brasil. Em menos de duas dezenas de cidades constatamos a existência de mais de uma operadora de telefonia. É um número muito baixo considerando que temos mais de 5 mil municípios no Brasil", comentou o presidente do Ipea. "É quase uma situação de monopólio", complementou.
Outro fator que merece atenção do governo é a capacitação de profissionais em um setor com tendência de crescimento cada vez mais veloz em todo o mundo. Pelos dados coletados pelo Ipea, há uma grande escassez de mão de obra especializada no país e os poucos centros de treinamento ainda estão concentrados na Região Sudeste. Os custos operacionais no ramo das comunicações também precisam ser analisados com atenção em futuras políticas públicas para o setor, de acordo com o Ipea.
Conheça os detalhes da participação do IPEA no PNBL na entrevista com o pesquisador João Maria de Oliveira, na edição de janeiro/fevereiro da TELETIME.