A inflação fez com que os serviços de comunicações ficassem mais pesados para o bolso dos consumidores brasileiros em 2015, principalmente para a população de baixa renda, embora o aumento tenha sido menor do que o registrado em demais grupos na economia do País. O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 8, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro do ano passado, que mostra que foi registrada uma variação menor nos preços dos serviços de comunicação: caiu de 1,03% em novembro para 0,43% em dezembro, resultando assim em um impacto menor no índice geral: de 0,04 ponto percentual (p.p.) para 0,01 p.p.. No entanto, no acumulado do ano, houve um aumento de 2,11% para esse grupo, contra recuo de 1,52% em 2014. Assim, aumentou também a participação do setor no índice: de 0,07 p.p. negativo (por conta da redução de preços no ano anterior) para 0,09 p.p. no total. O IPCA geral de todos os grupos mostrou alta de 0,96% em dezembro, fechando 2015 em 10,67%.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, que reflete famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos) dos serviços de comunicações apresentou variação de 2,29% em 2015 (contra recuo de 1,95% em 2014), revertendo um impacto negativo em 2014 de 0,08 p.p. para um impacto positivo de 0,08 p.p. no índice geral. Considerando todos os grupos, a variação registrada para o consumidor de baixa renda foi de 0,90% em dezembro e ficou 0,21 p.p. abaixo do resultado de 1,11% de novembro. No ano, acumulou 11,28%.
Menos que os outros
A Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) destacou, por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1, que reflete a inflação da baixa renda), divulgado na quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE). A entidade representante de operadoras ressalta que os preços dos serviços de comunicação foram o que menos subiram no acumulado de 2015: 1,11%, contra um índice geral de 11,52%.
Em comunicado, a Telebrasil reafirma a posição de que o preço desses serviços "está entre os mais baratos do mundo" e compara com a inflação registrada em outros setores, como o de transportes, que subiu 13,2% no ano. "A utilização desses serviços poderia ser maior se houvesse uma política de incentivo de uso de soluções completas com TICs nos serviços públicos, como marcação de consulta pela internet, emissão de certidão de nascimento, pedido de aposentadoria, entre outros", reclama a associação.