Às vésperas da divulgação dos primeiros balanços de 2004 das empresas de telecomunicações, corretoras e analistas vão firmando uma certeza: os resultados do primeiro trimestre, embora bons, não deverão repetir a performance do quarto trimestre de 2003.
Em relação às companhias de telefonia fixa, não há boas notícias do ponto de vista operacional. Continua quase inalterada a base de assinantes e também tende a ter sido menor que o esperado o efeito sobre receitas do reajuste das tarifas das conexões fixo-móvel. Isso porque os ganhos provenientes desse reajuste foram em parte sugados pelo aumento das tarifas de interconexão com as operadoras de celulares. Telemar pode ter se saído no trimestre relativamente melhor que Telesp e Brasil Telecom, justamente pelas sinergias com sua operação móvel (Oi). De ponto de vista financeiro, há poucas mudanças, já que não houve impacto nem positivo nem negativo da taxa de câmbio. A Espírito Santo Research e a Fator Corretora acreditam que o destaque do trimestre será a Embratel, tanto no que se refere aos dados operacionais quanto às margens de Ebitda.
O segmento celular, que vem dando saltos espetaculares, deve sentir algum impacto da fraca confiança do consumidor. Mesmo com aumento de tarifas de interconexão com fixas, as receitas líquidas e a margem Ebitda podem mesmo apresentar alguma queda.
Exposição em telecom
A Espírito Santo aumentou um pouco a participação do setor de telecomunicações em sua carteira teórica, que ficou acima da participação relativa no Ibovespa. Na Bolsa, telecom tem peso de 42,7%, na ES, 43%. Ampliou, em especial, o percentual de Tele Nordeste Celular, por entender que os preços estão defasados em relação à outra empresa do mesmo controlador (TIM), a Tele Celular Sul. ?Além de pertencerem ao mesmo grupo controlador, apresentam bons fundamentos e upside potencial semelhantes; portanto, acreditamos que essa distorção seja reduzida no curto prazo?. As outras companhias de telecom nesse mesmo portfólio são a Brasil Telecom, a Telemar e a CRT Celular.
