A Conecta, operadora de serviços de telecomunicações voltada principalmente a condomínios comerciais de médio e alto padrão, acaba de solicitar à Anatel licenças de Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) para chamadas locais e de longa distância nacional e internacional a partir da área 11, que inclui a Grande São Paulo. O objetivo da empresa é ampliar sua capacidade de atendimento com a possibilidade de utilizar sua rede privada, regida atualmente por uma licença de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), para entroncamento de tráfego originado e terminado na rede pública.
De acordo com o diretor comercial e sócio da empresa, Marcus Kroger, a Conecta pretende atuar basicamente em parceria com outros operadores de redes metropolitanas, sem o interesse, portanto, de investir na compra ou construção de rede própria. Segundo ele, há uma grande oferta de infra-estrutura na área visada pela empresa. ?A melhor alternativa para nós pode ser a rede de fibras ópticas da Eletropaulo, que por se estender pelos postes de energia elétrica da companhia, tem um custo menor e oferece maior facilidade de chegar ao clientes, sem a necessidade de abertura de valas?, diz ele.
Kruger explica que a Conecta pretende investir este ano entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. O foco mais intenso nas licenças de STFC deve ocorrer apenas a partir do próximo ano, explica ele. E mesmo assim, deverá continuar concentrado em condomínios. ?No momento, não temos interesse no atendimento descentralizado, como por exemplo a residências, pois os meios de conexão são extremamente caros. Entendemos que o atendimento ao segmento residencial justifica-se apenas quando os custos de conexão são baixos ou já estão amortizados, como é o caso das redes das concessionárias?, explica o executivo. Em parte, pode-se dizer que a empresa já tem alguma atuação junto ao cliente residencial, fornecendo serviços para um prédio de flats em São Paulo.
Esses prédios, segundo Kruger, somam uma demanda prevista de aproximadamente 9,5 mil terminais telefônicos, com uma receita de tráfego telefônico estimada em R$ 1,425 milhão por mês, em tráfego local e de longa distância, e R$ 285 mil em aluguel de aparelhos. Isso sem contar a demanda por circuitos de dados, como o acesso a backbone Internet, com capacidade esperada de mais de 10 Mbps.