[Publicado originalmente no Mobile Time] A Mavenir espera produzir no Brasil seus rádios 5G standalone (SA) e Open RAN a partir do ano que vem, em parceria com a Jabil, fabricante com quem possui um acordo mundial. A produção seria na unidade localizada em Manaus, aproveitando os benefícios fiscais oferecidos na Zona Franca. A ideia é atender não apenas o mercado brasileiro, mas exportar para o restante da América Latina, informa o vice-presidente da Mavenir no Brasil, Anderson André, em conversa com Mobile Time.
"Esperamos fechar este ano um grande contrato com uma operadora greenfield no Brasil", disse o executivo, sem revelar maiores detalhes sobre essa negociação. Atualmente, os rádios 5G da Mavenir são fabricadas pela Jabil nos EUA e na Índia. No mercado norte-americano a produção atende principalmente a demanda da Dish Network, sua maior cliente nesse segmento por lá. Na Índia, a fabricação atende a Ásia e a Oceania. A operadora indiana Airtel é uma das clientes da Mavenir, por exemplo, e já instalou seus rádios Open RAN em 7,5 mil sites de uma operação brownfield.
Na Europa, a Mavenir vai fornecer rádios OpenRAN 5G para a inglesa O2, do grupo Telefônica. Ao todo serão 200 sites. Os primeiros 10 a 20 devem ser implementados este ano e o restante, em 2024. O vice-presidente da Mavenir enxerga um crescente interesse por equipamentos Open RAN neste ano no mundo. Na sua opinião, a desagregação das redes de acesso em rádio representará uma revolução comparável à desconstrução das centrais telefônicas na década de 90 com tecnologia IP.
"Agora estamos quebrando uma parte que era intocada [nas redes de telecom], que é a do rádio. Isso terá um impacto muito grande na receita dos vendors tradicionais. Entre 70% e 80% do capex das redes móveis vai para a rede de acesso (RAN)", comenta o executivo. O Open RAN vai permitir que as operadoras combinem equipamentos e softwares de diferentes fornecedores na arquitetura de suas redes, em vez de ficarem limitadas a um único vendor.