Venda da BrT para operadora é possível, mas TI vende junto

Um dos argumentos usados pela Telecom Iatlia ao defender a tese de que, se não fechasse o acordo com o Opportunity, ficaria em grande desvantagem para negociar depois com o Citibank e com os fundos de pensão é o fato de que fundos e Citi estariam buscando outras alternativas de compradores, inclusive operadoras de telecomunicações. Os italianos dizem que o banco norte-americano e os fundos manteriam a TI fora do bloco de controle, pois uma de suas prerrogativas como acionista controladora é poder impedir que as ações da Techold (onde estão Citi e fundos) possam ser vendidos a um operador. Há, de fato, uma restrição no acordo de acionista da Solpart, mas não é exatamente assim que ela funciona.
A Telecom Italia, como sócia controladora da Brasil Telecom, tem o direito à primeira oferta para comprar a parte do Citi e dos fundos em qualquer circunstância, caso eles queiram vender. No caso de a proposta ser de uma empresa oepradora (como Telemar ou Portugal Telecom, por exemplo) a diferença é que a Telecom Italia teria uma espécie de tag-along: se não exercesse a preferência de compra, teria ainda o direito de vender ao comprador 100% das suas ações na BrT, nas mesmas condições que Citi e fundos. Ou seja, na hipótese de um dia uma operadora de telecom querer comprar a Brasil Telecom, há a possíbilidade de ela ter que comprar a empresa toda, incluindo a parte da Telecom Italia. É isso que está no acordo de acionistas. O mecanismo existe para que a Telecom Italia não se veja obrigada a conviver com uma outra empresa de telecomunicações no controle da Brasil Telecom. Esse mecanismo, contudo, só vale se fundos e Citibank fizerem a venda de suas participações via Techold ou Invitel. Se a venda for feita no Opportunity Zain, a leitura é que a telecom Italia não teria esse direito de tag-along.
Vale lembrar, ainda, que uma venda da Brasil Telecom para a Telemar ou Portugal Telecom ou qualquer outra empresa operadora no Brasil enfrentaria restrições regulatórias severas. No caso de um concessionária de telefonia fixa, como Telefônica ou Telemar, seria necessário haver uma mudança no modelo de telecomunicações. Ou seja, se os fundos e o Citi forem por esse caminho, não será uma negociação simples.

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