RNP abre chamada de cooperação com área acadêmica para programa de Open RAN

Foto: Pixabay

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) lançou nesta segunda, 6, a primeira chamada pública do programa OpenRAN@Brasil destinada ao setor acadêmico. A iniciativa tem por objetivo acelerar o desenvolvimento de tecnologias de telecomunicação no País por meio de um ambiente de testes baseado em Open RAN, especialmente em um cenário de implementação da tecnologia 5G.

Criado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o programa também terá à frente, além da RNP, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD). A proposta da chamada é aumentar a disponibilidade e o desempenho relacionado ao Open RAN por meio da pesquisa e desenvolvimento no tema.

O foco desta primeira chamada pública são pesquisadores vinculados a qualquer instituição de ensino, sejam elas públicas ou privadas. A RNP deverá escolher grupos de trabalho para cooperar no desenvolvimento do testbed do OpenRAN@Brasil. Um testbed é uma plataforma física ou virtual que permite ao pesquisador realizar experimentos em um ambiente e observar os resultados de forma consistente e replicável.

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"O objetivo desta chamada é selecionar Grupos de Trabalho (GTs) para colaborar na adição e na evolução de funcionalidades e tecnologias do testbed OpenRAN@Brasil. Para isso, pretendemos contar com diferentes expertises e experiências da área acadêmica que vão agregar ao programa", diz a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da RNP, Iara Machado, em comunicado enviado à imprensa.

Em resposta à chamada, os proponentes deverão submeter propostas aderentes com os interesses presentes no texto. Após a seleção, a execução dos projetos terá a duração de 12 meses. Para se candidatar, cada grupo deve contemplar, em sua proposta, ao menos um dos tópicos de interesse definidos no edital. Todos integram a base tecnológica do programa OpenRAN@Brasil. São eles:

  • O desenvolvimento do próprio testbed. A ideia é aperfeiçoar a plataforma de experimentação, de modo a desenvolver novas funcionalidades, como: agendamento de experimentos e monitoramento do testbed;
  • Desenvolvimento em rede definida por software (SDN). O SDN é um modelo de rede de computadores que usa um controlador baseado em software, e não em hardware. Uma das vantagens é que, dessa maneira, a rede pode ser gerenciada virtualmente e de maneira descentralizada. Neste tópico, devem ser desenvolvidas funcionalidades que auxiliem os componentes de orquestração; e
  • A orquestração de recursos e serviços. O objetivo é fazer com que os grupos desenvolvam e implementem funcionalidades que agreguem na orquestração dos múltiplos domínios tecnológicos presentes no OpenRAN@Brasil.

Como participar da chamada

As submissões de propostas devem ser feitas até o dia 28 de abril por meio do sistema JEMS. O documento deve ter um número máximo de 10 páginas e seguir o modelo definido na página da chamada pública. A RNP irá destinar um valor bruto máximo de R$ 132 mil para a remuneração de cada grupo e um total de R$ 20,8 mil para a aquisição de equipamentos e contratação de serviços de nuvem.

Uma questão essencial para o programa é que as propostas devem possuir arquiteturas de software facilmente reutilizáveis, extensíveis e bem documentadas, para facilitar futuras atualizações e a formação de uma comunidade de desenvolvedores. Além disso, os componentes utilizados no desenvolvimento devem ter independência de licenças comerciais.

As propostas passarão por avaliação de um comitê e serão avaliadas segundo estes critérios: expertise do grupo, conexão com o tema, viabilidade técnica e qualidade da proposta. A divulgação dos resultados ocorrerá a partir do dia 12 de junho.

GTs

Os grupos de trabalho selecionados irão atuar por um período de 12 meses, entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Durante esse período, o responsável pelo GT deverá entregar um conjunto de relatórios detalhando o desenvolvimento dos trabalhos. É por meio deles que a RNP acompanhará a evolução de cada um dos projetos.

Ao final dos trabalhos, o GT deverá apresentar a solução desenvolvida em nível técnico, validada no ambiente do testbed do OpenRAN@Brasil, disponibilizando o código fonte, os executáveis, os arquivos de configuração e demais arquivos. O grupo também terá que entregar toda a documentação técnica da ferramenta, trazendo detalhes sobre sua implementação, usabilidade e manutenção.

Estudos no Brasil

Um estudo apresentado ano passado, desenvolvido pelo Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações (CCOM) da Universidade de Brasília (UnB), mostrou que o Open RAN ainda não motiva atividade intensa no Brasil, onde se encontra "em compasso de espera".

Encomendado pela Anatel, o trabalho é o primeiro produto de um Termo de Execução Descentralizada firmado pela agência com a universidade. No diagnóstico, desafios, oportunidades e o papel brasileiro no contexto da arquitetura aberta e interoperável (e que pode diversificar a cadeia de fornecedores nas redes móveis) foram abordados.

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