ATC vê evolução do modelo de rede neutra. Foco agora é na ocupação das redes

Daniel Laper é diretor sênior de Fibra e Novos Negócios da American Tower

O mercado de redes neutras no Brasil está em um novo momento de amadurecimento, analisa Daniel Laper, diretor senior de fibra e desenvolvimento de negócios da American Tower (ATC). Na visão do executivo, os últimos 12 meses foram importantes para mostrar um esforço conjunto de padronização e melhores práticas de todos os principais operadores de redes neutras, o que tem como propósito final facilitar a vida dos "tenants", clientes das operadoras neutras. "Hoje os padrões de integração já são bastante difundidos e a entrada de novos clientes na rede pode ser feita em um prazo muito curto", diz ele.

A American Tower foi a primeira rede neutra do Brasil e Daniel Laper foi um dos primeiros executivos a vocalizar a necessidade de um esforço conjunto das operadoras neutras a seguir padrões comuns e boas práticas de integração de sistemas para que as operadoras clientes pudessem ter liberdade de perar em diferentes estruturas neutras, em função de suas estratégias geográficas.

Entre as iniciativas da American Tower nesse sentido estão o desenvolvimento de um laboratório de qualificação para o onboard de novos clientes, seguindo padronização do TM Forum e o esforço de certificação das forças de campo das operadoras (empreiteiras ou equipes próprias). "Hoje podemos dizer que temos uma operação fluida".

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Ocupação avança

Outro sinal de amadurecimento do mercado de redes neutras é a ocupação das redes. Com 1 milhão de HPs, a ATC tem 70% das cidades com dois ou mais clientes na rede e quer chegar a 90% até o final do ano. "Com isso, a gente passa a desempenhar um papel de síndico da rede, assegurando que o uso compartilhado não crie problemas. É uma grande mudança de paradigma para o mercado, que até então só conhecia o modelo de redes cativas" .

Mas ele reconhece que as operadoras neutras não estão em um momento de expansão de rede. "Acredito que todos os players tenham constatado que nesse momento faz mais sentido explorar melhor a estrutura já construída do que expandir novas áreas. Existe uma sobreposição de redes e isso é um tema que tem que ser observado", diz ele. Ele compara com o mercado de torres, em que a ATC também atua. "O ideal é que haja uma otimização de cobertura, com cada empresa em uma região, mas isso ainda não acontece no mercado de redes de fibra". 

O diferencial entre as operadoras neutras, quando estão na mesma região, passa ser o tradicional trinômio qualidade/preço/relacionamento. "Ainda existe muita dúvida no mercado sobre o modelo de redes neutras e a opção por redes cativas ainda prevalece, portanto ainda temos muito espaço de crescimento à medida em que mostrarmos as vantagens do modelo neutro".

5G

Outra oportunidade de crescimento é o uso das redes neutras para dar suporte à rede 5G, principalmente para as soluções street-level (antenas de 5G de pequeno porte, instaladas no mobiliário urbano). Entre os próximos passos previstos na estratégia da ATC de redes neutras estão a ampliação do uso nas cidades já estabelecidas. Ele não vê ainda a ATC se movimentando em relação a se tornar um explorador da estrutura de postes, até porque existe dúvida sobre como será a regulamentação para isso.

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