Feninfra mostra preocupação com efeito de alta dos juros no custo da cadeia de telecom

A decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros (a Selic) em um ponto percentual, de 4,25% para 5,25% ao ano, acendeu um sinal de alerta entre as empresas de instalação e manutenção de rede e call center representadas pela Feninfra.

Em comunicado enviado na noite da quarta-feira, 4, a entidade afirmou que, embora tenha sido constatada aumento da pressão inflacionária pela 17ª semana consecutiva (conforme o último boletim Focus do BC), haveria um limite para utilização dos juros como mecanismo de contenção do indicador. Segundo avaliação da presidente da Feninfra, Vivien Mello Suruagy, a alta na taxa de juros pode inclusive "retroalimentar" a inflação, uma vez que também aumentaria custos de operação das empresas.

"Os juros não são a única ferramenta de controle inflacionário. Também é fundamental garantir um ambiente de negócios estimulante à produção e à prestação de serviços, cuja oferta alinhada à demanda é um fator poderoso de contenção inflacionária", argumentou a dirigente.

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"Por isso, defendemos uma redução de impostos através da reforma tributária e adoção de parcelamento, em até 60 vezes, das dívidas resultantes de sentenças da Justiça do Trabalho. É prioritário reduzir o custo Brasil, que vai minando nossa competitividade e dificulta a retomada do crescimento neste momento em que ainda enfrentamos as dificuldades da pandemia", completou Suruagy.

A Feninfra representa um setor que abrange mais de 137 mil empresas. Somadas, elas empregam cerca de 2,2 milhões de trabalhadores.

Indústria

Quem também considerou equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC foi a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"O controle da inflação de oferta via juros é menos eficaz e requer um forte desestímulo à atividade econômica em um momento em que a recuperação da economia ainda se mostra frágil. A taxa de desemprego ainda está próxima do pico histórico e a produção da indústria de transformação perdeu força ao longo deste ano, apresentando queda em cinco meses no primeiro semestre", afirmou o presidente da entidade, Robson Andrade, em comunicado.

A expectativa é de que as pressões de custos sejam reduzidas à medida em que o real se valorize e o mercado de insumos e matérias primas se reequilibre. Em razão desse cenário, a CNI entende que as condições de crédito para consumidores e empresas deveriam continuar sendo de estímulo, em decisão contrária à tomada pelo BC.

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