A estratégia da V.tal – nova marca da InfraCo – será ainda fortemente ligada à da Oi, pelo menos num primeiro momento. Isso ocorrerá no período em que a venda do controle da unidade de infraestrutura de fibra para os fundos do BTG Pactual ainda aguarda aprovações da Anatel e do Cade, mas também depois da transferência do controle para o banco. É nesta fase em que a operadora será a "cliente âncora", a principal da nova empresa. O maior entre 260 contratos que a V.tal informa já ter em seu portfólio.
Contudo, conforme explicou o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, durante coletiva de imprensa online nesta quinta-feira, 5, a V.tal poderá ter outros clientes âncoras com o passar do tempo após a transferência de controle. Os mesmos direitos reservados à tele por essa condição de âncora (e sem relação com a participação acionária na V.tal) serão aplicados a esses novos parceiros que poderão ser adicionados à carteira da empresa de infraestrutura.
"A Oi vai ser um cliente importante da V.tal, a mais relevante, principalmente no início da operação", destaca o executivo. No futuro, a ideia é que essa condição seja disponibilizada para mais empresas. "Como qualquer cliente âncora, existe processo de equidade", declara.
O fato de a Oi ainda manter 42,1% de participação societária na V.tal não interferirá na estratégia da empresa de infraestrutura para com esses clientes especiais, segundo Abreu. Tanto que o período de exclusividade dedicado à operadora como âncora no início também se aplicará a novos clientes âncoras. "Eles terão exclusividade, que não é longa, mas que permita a operação. Depois a rede se abre para outros provedores."
Investimentos
No entanto, um dos pontos centrais da estratégia da V.tal é como a empresa já nasce de grande porte, com o backbone de cerca de 400 mil km de fibra óptica, alta capilaridade, Capex de estimados R$ 30 bilhões até 2025 e uma base de 12 milhões de casas passadas e 2,5 milhões de casas conectadas. Como a intenção é de continuar expandindo, a empresa se valerá justamente da escala para contar com melhores negociações.
O planejamento dos investimentos conta com a capacidade financeira do BTG Pactual como novo controlador, que permitirá reestruturar a dívida e acomodar a nova estrutura de capital. "Enquanto a operação não é autorizada, a Oi continua fazendo investimento. O acordo com o BTG permite isso, com tipos de dívida que serão repagas", declara Rodrigo Abreu.