A Confederação Nacional da Indústria (CNI) diz que se o 5G for implantado "rápido", o PIB brasileiro cresceria R$ 81,3 bilhões em 2030. Os dados são do estudo "Tecnologia 5G – Impactos econômicos e barreiras à difusão no Brasil", elaborado pela entidade e divulgado nesta terça-feira, 5.
Trata-se de mais um estudo sobre o potencial da tecnologia de quinta geração que antecipa um forte impacto na economia nacional, corroborando outras pesquisas semelhantes. Mas a CNI também avaliou a possibilidade de implantação "lenta" – comparada com a acelerada, a diferença seria de 0,2 ponto percentual no PIB per capita.
Com este cenário de implantação rápida, chamado pela Confederação de "mais otimista", a penetração do 5G em 2030 seria de 81%. O pior caso seria que, no mesmo prazo, chegasse a uma penetração de 40,5%.
Mas pode ser que a quinta geração não leve tanto tempo para atingir esse índice, uma vez que a política pública atrelada ao leilão do 5G já determina uma cobertura considerável da tecnologia até 2026. Por outro lado, conforme dados de abril da Anatel, penetração do 4G é de 104,9% após dez anos do leilão da faixa de 2,5 GHz (em junho de 2012). Também considerando dados divulgados no ano passado, mas referentes a 2020, a Anatel levantou que a cobertura 4G havia chegado em 64,7% dos municípios.
Além disso, pesquisas apontam para uma adoção mais rápida do 5G do que a observada no 4G mundialmente.
Produtividade
A avaliação do PIB potencial é resultado do crescimento da população em idade ativa (PIA) e da produtividade de trabalho, indicador este que seria o mais impactado pela tecnologia móvel com as possibilidades de automação e digitalização no mercado. "Para impulsionarem a produtividade brasileira, novos métodos, como o monitoramento em tempo real do chão de fábrica e a comunicação entre máquinas, dependem não só da alta velocidade, mas sobretudo do baixo tempo de resposta e da criação das redes privadas", declarou em comunicado o superintendente de desenvolvimento industrial da CNI, Renato da Fonseca.
A CNI coloca que essa aceleração seria possível com "reformas necessárias", como atualização das leis de antenas municipais (a entidade apoia o PL nº 8.518/201, em tramitação no Congresso), regulamentação de redes privadas, uso de fundos setoriais "de maneira mais eficaz e transparente" e "redução da insegurança jurídica associada ao compartilhamento de infraestrutura". Apesar do recente avanço para a redução do ICMS, a entidade também diz que a aprovação da reforma tributária contribuiria com alívio de "peso de impostos indiretos sobre os serviços de telecomunicações".