Os novos movimentos de distribuição de recursos a investidores anunciados pela Vivo têm como finalidade remunerar acionistas em 100% ou mais do lucro líquido declarado no ano, declarou Christian Gebara, CEO da Vivo, em coletiva de imprensa durante o Vivo Day nesta terça-feira, 5.
Para isto, a empresa deve lançar mão de diversas estratégias, como a distribuição de lucros, o pagamento de Juros Sobre Capital Próprio (JCP), o novo programa de recompra de ações iniciado nesta terça-feira e a redução de capital para recompensar os investidores.
"Você paga dividendo, Juros Sobre Capital Próprio (JCP), faz recompra de ações, que também é uma remuneração. Nós compramos as ações e, depois, com o cancelamento, os acionistas passam a ter uma participação maior na empresa", explicou Gebara.
Já para o CFO da Vivo, David Melcon, o compromisso de pagar 100% ou mais do lucro líquido no ano muda a visão do mercado sobre a empresa, uma vez que garante previsibilidade na distribuição de lucros.
A previsão é que a mesma estratégia seja aplicada nos anos vindouros. "De momento, só falamos três anos [prazo do guidance], mas a Vivo tem distribuído payout nos últimos anos. O que mudou é que nós, até agora, não tínhamos esse compromisso. Então o investidor, não tinha como ter garantido que no próximo ano iria receber um dividendo de 100% ou não", diz Melcon.
Nos últimos anos, a empresa vinha aumentando a remuneração aos acionistas. Entre recompra de ações, Juros Sobre Capital Próprio (JCP) e dividendos, a empresa distribuiu R$ 5,8 bilhões em 2020 (o equivalente a 122% de pagamento sobre lucro líquido), R$ 5,9 bilhões (95% sobre o lucro líquido), em 2021, e outros R$ 6,9 bilhões (169% do lucro líquido), em 2022.
Em 2023, porém, esse volume registrou queda de 30,4%, para R$ 4,8 bilhões (representando 95% sobre o lucro líquido). Dessa forma, o diretor financeiro afirma que o estabelecimento de uma remuneração mínima passa uma mensagem "muito positiva".
"Há empresas que se crescem, não geram caixa, ou se geram caixa, não crescem. Na Vivo, o que foi apresentado hoje é o potencial que temos de continuar crescendo", afirma. "Temos rentabilidade, geração de caixa e remuneração ao acionista."
Recompra de ações
O novo programa de recompra de papéis da tele está limitado a 40.827.672 ações ordinárias, com custo de até R$ 1 bilhão, a ser realizado entre março de 2024 e igual mês de 2025.
Em 2023, a companhia já havia realizado a recompra de ações no patamar de R$ 500 milhões. Além disso, entre 2020 a 2023, a companhia investiu R$ 1,6 bilhão na recompra de papéis listados na Bolsa de Valores (cerca de 38,4 milhões de ações), o que equivale a 2,3% das ações totais da Vivo. Todos esses papéis recomprados que, posteriormente, acabaram cancelados na totalidade.
Já no caso da redução de capital, a Vivo obteve, em setembro passado, autorização junto à Anatel para fazer a redução em até R$ 5 bilhões. A primeira parcela será distribuída no dia 10 de julho. A deliberação da diretoria prevê um valor por ação de R$ 0,90766944153, pago em uma única parcela na proporção da participação de cada acionista.