Sem infraestrutura de conectividade, os municípios não vão entrar na era da economia digital e haverá uma disparidade enorme na oferta de serviços inteligentes aos cidadãos. Essa foi a tônica do Fórum Cidades Inteligentes, IoT e Conectividade: Perspectivas e Desafios, realizado nesta quinta-feira, 03/10, em Belo Horizonte, e que reuniu especialistas para tratar de temas referentes à modernização da gestão pública, o empreendedorismo e o desenvolvimento econômico.
O diretor do departamento de Banda Larga do MCTIC, Artur Coimbra, lamentou o fato de os municípios não estarem aderindo à Lei Geral de Antenas, sancionada em 2015, na velocidade esperada e desejada pela economia digital. "Infelizmente ainda há muito desconhecimento da legislação e uma interferência das gestões municipais que criam uma insegurança jurídica aos investimentos em conectividade. Havia uma preocupação com o 4G e agora isso se amplia com o 5G", afirmou.
O chefe da Assessoria Técnica da Anatel, Humberto Pontes, reafirmou que é responsabilidade da agência reguladora fiscalizar a radiação do campo eletromagnético das antenas celulares e que todas as medidas exigidas mundialmente foram e estão sendo tomadas. "Fizemos uma última revisão ainda este ano dentro das regras da Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não Ionizante – ICNIRP. Posso assegurar que todas as prestadoras estão atuando até abaixo do limite permitido mundialmente. Não há nenhum risco à saúde com as antenas", ressaltou.
A camada de conectividade é a matéria prima para se construir cidades inteligentes no Brasil, advertiu Márcia Ogawa, Líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte. Segundo ela, o país precisa pavimentar o caminho para o 5G, que determinará uma série de novas aplicações. "O 5G vai mudar tudo que conhecemos", estabeleceu a especialista.
Raphael Leles, à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo de Uberlândia, cidade que durante três anos ficou na primeira posição do Ranking das Cidades Amigas da Internet e é a primeira colocada no Ranking de Serviços de Cidades Inteligentes, diz que a regra básica de uma gestão pública é simplificar e permitir que a iniciativa privada possa investir.
"A economia digital é uma realidade. Ela precisa de infraestrutura para funcionar e cabe a nós criar as facilidades. Foi isso que Uberlândia fez. A tecnologia é para fazer uma cidade ser mais humana, para oferecer melhores serviços ao cidadão", disse.
Ao fechar o debate, o diretor de Infraestrutura do SindiTelebrasil, Ricardo Dieckmann, ressaltou que a disseminação da informação é o melhor caminho para esclarecer o papel da tecnologia no incremento da competitividade dos municípios. "Temos que mostrar que a economia digital traz desenvolvimento e que ele não virá sem infraestrutura de telecomunicações", completou. (Matéria da Agência Telebrasil)