Bilhete Único em São Paulo já pode ser recarregado via NFC

Após cerca de um mês em testes, a plataforma de recarga móvel do Bilhete Único da fornecedora Rede Ponto Certo foi lançada oficialmente na quarta-feira, 2. O aplicativo Ponto Certo Bilhete Único é homologado pela companhia de transportes SP Trans e utiliza a tecnologia NFC para realizar consulta de saldo e recarga do vale transporte ou créditos de passe comum. E a ideia é expandir as aplicações, mesmo para aparelhos que não possuem a comunicação por proximidade de campo.

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Por enquanto, o aplicativo só está disponível para o sistema Android e, dentro desse ecossistema, em aparelhos que possuem a tecnologia NFC dos cartões Mifare, do fabricante NXP e que são utilizados pelo transporte público no Brasil. Isso significa que ele não é compatível com smartphones com chipset NFC da Broadcom, como o Nexus 4 e 5 (além dos tablets Nexus), o LG G2 e o Galaxy S4 e Express 4G. Segundo o diretor de tecnologia da empresa, a Broadcom "não quis incorporar o padrão" do NFC compatível com o Mifare. "A Samsung usou ele (o chipset da Broadcom) no S4, mas depois abandonou e voltou ao original que tinha (no S3) no S5", explica.

Já entre os modelos compatíveis com o Mifare estão o Galaxy S3 e S5 da Samsung; os Motorola Moto X, Droid Razr, Droid Razr HD e Rarz D3; e os smartphones Sony Xperia nos modelos L, ZL e S. A empresa promete uma versão do aplicativo para Windows Phone que deverá ser disponibilizada "futuramente".

O presidente da Rede Ponto Certo, Nelson Martins, explica que contabilizou cerca de 700 modelos no mundo que são compatíveis, e por volta de 45 modelos no Brasil. Ainda assim, ele pensa em alternativas para poder abranger uma gama maior de aparelhos, como o iPhone, por meio de um leitor externo. "Estamos verificando um sistema para ser acoplado a celulares que estamos desenvolvendo com fornecedores para localizar e ter um custo bem acessível para quem tem um smartphone, mas que não tenha NFC", disse ele a este noticiário.

Por enquanto, o aplicativo só permite o pagamento da recarga por meio da geração de um boleto digital. Martins reconhece que essa não é a melhor solução, mas promete novas formas em um mês. "O ideal é débito em conta corrente. Estamos correndo muito porque prometemos à SP Trans implantar alguns bancos até o dia 4 de agosto", explica o executivo. "Depende de taxas, estamos negociando com bancos, fazendo integração com os sistemas deles."

Futuro

Durante o período de testes, o aplicativo foi baixado 30 mil vezes na Google Play. A expectativa da Rede Ponto Certo é de que, até o final do ano, sejam "centenas de milhares de downloads". Isso não significa que será a mesma proporção de usuários, já que Nelson Martins lembra que é possível realizar recargas para outras pessoas. "Quem tem um telefone desses (compatível com a tecnologia) pode fazer a recarga para amigos, isso está acontecendo", detalha. O plano também é de levar a solução para outras cidades onde a empresa atua, como Recife, Maceió e Ribeirão Preto (SP). "Temos potencial de espalhar isso rapidamente para 300 cidades aqui no Brasil que já têm tecnologia compatível e onde já estamos integrados." Ele revela que está em negociações com duas cidades de países da América Latina, mas que ainda não pode revelar quais são.

Para o futuro, há diversas aplicações sendo consideradas. Martins explica que o secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, pediu para que fosse criada uma integração dos bilhetes únicos para serem aceitos também em táxis. "Nós estamos vendo uma solução para atender à demanda do secretário", diz. Com outros tipos de cartões, como modelos co-branded, a ideia seria levar a solução para redes de fast food, estádios de futebol e cinemas. A empresa estuda essa implantação, inicialmente restrita a São Paulo.

O uso dos próprios smartphones nas catracas do metrô, por enquanto, ainda permanece sem previsão. "Já estamos trabalhando em um projeto, não temos data porque não fechamos ainda a tecnologia, mas já temos algumas alternativas para que o próprio celular seja o cartão, com o chip já embarcado", completa Nelson Martins.

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