No prospecto de distribuição de debêntures tornado público na última quinta-feira, 2, a Oi comentou a significativa redução da participação da telefonia fixa na sua receita bruta nos últimos anos. O serviço representava em 2007 46,4% da receita bruta da companhia, e em 2008 a participação caiu para 41,3%. A empresa prevê também um futuro nada promissor para o serviço que – a despeito do grande crescimento da banda larga – ainda hoje é a principal fonte de receitas não só dela, mas também das demais incumbents.
A companhia espera que o número de assinantes de telefonia fixa mantenha-se estável ou decresça nos próximos anos, considerando que alguns clientes tem optado por desligar o serviço fixo em favor do móvel. O motor para esse movimento, segundo a Oi, são as promoções de incentivo ao uso do celular, tais como ligações gratuitas para chamadas intrarede. "Uma redução no número de linhas fixas operacionais pode afetar negativamente a receita operacional e suas margens", diz a Oi. A companhia ainda observa que novas linhas fixas instaladas podem ser menos lucrativas do que as já existentes, uma vez que estes novos clientes são, em sua maioria, pertencentes a classes mais baixas e utilizam planos de menor custo, além de gerar menos minutos excedentes. Apesar da expectativa negativa, o negócio de telefonia fixa cresceu no ano passado 2,1%, atingindo receita operacional bruta de R$ 17,3 bilhões, segundo estimativas da Oi.
A Oi mostra preocupação com o avanço do Net Fone na sua base de telefonia fixa e considera a Embratel a sua principal concorrente, competidora na região I e II – de atuação original da BrT. A Oi cita ainda a concorrência da GVT na região II e "um significativo número de pequenas empresas que foram autorizadas pela Anatel a fornecer serviços de telefonia fixa local".
São todos alertas feitos na sessão de riscos do prospecto, e portanto representam sempre o pior cenário.
