Entidades sindicais se preocupam com crise da Oi e cobram segurança aos trabalhadores

Novo posicionamento da Oi. Foto: Divulgação

A Fitratelp e a Fittel, entidades representativas dos trabalhadores do setor de telecomunicações, manifestaram em nota pública divulgada na tarde desta sexta-feira, 3, preocupação diante da instabilidade da operadora Oi. Segundo as entidades, a atual situação da empresa representa uma real ameaça para todos os empregados, além de uma possível descontinuidade dos serviços prestados aos usuários e clientes.

As entidades lembram que a Oi é a maior empresa em extensão territorial de telecomunicações do Brasil, uma vez que está presente em praticamente todos os municípios, exceto no estado de São Paulo (depois da venda da Oi Móvel, único serviço que era ofertado no mercado paulista), garantindo serviços de comunicação da maior parte das organizações públicas e privadas de todos os setores da economia.

"A saúde, educação, segurança pública, instituições dos três poderes da República e toda a sociedade ficará prejudicada diante de um processo falimentar da Oi. O noticiário especializado mostra de forma estarrecedora os números da Oi e o volume das dívidas e, consequentemente, a instabilidade do valor das ações na Bolsa de valores, gerando um clima de insegurança nos empregados, clientes e na sociedade em geral, diante da eminente falência e evidente demissão em massa. Reafirmamos que a atual recidiva da crise é resultado das sucessivas gestões temerárias que há décadas ocorre na empresa e que os Sindicatos e a Fitratelp têm denunciado ao longo dos anos", afirmam as entidades na nota.

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As entidades ressaltam ainda que as soluções propostas pela Oi ao longo dos últimos anos na prática não estariam produzindo os resultados esperados, apenas geram custos bilionários. Isso demonstra claramente que existe um erro na estratégia da empresa para enfrentar o mercado e precisa de correção imediata. Apontam que a concorrência no segmento de telecomunicações é severa, mas se os recursos da empresa e as decisões estratégicas não estiverem alinhados com os interesses do Brasil, dos trabalhadores e da população em geral, vão resultar em fracasso.

"Exigimos da Oi S.A que apresente imediatamente uma proposta de fato exequível e capaz de superar a ameaça de falência e dê conta de pagar suas dívidas e manter os empregos dos seus trabalhadores. Por fim, dada a importância da Oi para as telecomunicações brasileiras e a universalização do acesso a Banda Larga via fibra óptica, é necessário que o Governo Federal, através dos seus órgãos reguladores e fiscalizadores, contribua para a solução definitiva deste drama que se arrasta há décadas, sem que haja celeridade e compreensão da importância da Oi para o Brasil", finalizam na nota.

Estratégias

Para João Moura, presidente da Fitratelp, o caso da Oi não é simples. "As estratégias de disputa de mercado foram equivocadas, valorizaram o indicador de 'casas passadas' para atrair investimentos e não atenderam a demanda existente, inclusive onde grandes clientes não eram atendidos por fibra e migraram para outras empresas que ofereciam rede mais rápida", explica o dirigente sindical. As casas passadas (homes passed, em inglês) representam a cobertura da fibra, mas não a quantidade real de acessos.

"Desligaram clientes do [par] metálico sem a mínima consideração. Em outras palavras, empurraram clientes para fora da empresa. Um erro em nossa avaliação. E nos últimos anos o roubo de cabos e equipamentos tem sido intenso, baterias, cobre, chumbo e alumínio, blocos de liga de metal, armários de distribuição inteiros têm sido roubados", alega João Moura.

Por fim, o dirigente sindical afirma que os trabalhadores foram a favor da recuperação judicial e serão novamente, mas cobram dos gestores da empresa posturas melhores do que fizeram até agora.

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