Além dos dados de dezembro, a Anatel também liberou o relatório de acompanhamento do serviço móvel pessoal no terceiro trimestre de 2019. O relatório foi elaborado pela área técnica com colaboração da Gerência de Acompanhamento Econômico da Prestação (CPAE), da Superintendência de Competição (SCP), e destaca a queda na base total registrada nos últimos anos, mas contornada pelas teles com o incentivo à migração para o pós-pago, oferecendo assim maior receita média gerada pelo usuário (ARPU).
A própria análise coloca que, apesar da redução da base, as operadoras procuram melhorar a ARPU, ao ponto em que chegaram a obter quatro trimestres de aumento. No entanto, o mercado acabou ficando estagnado no terceiro trimestre do ano passado. Segundo o relatório, as prestadoras focam não apenas em ganhar novos clientes, mas em elevar a receita gerada, além de traçar outras estratégias de rentabilização "baseadas em modelos de negócio emergentes", como Internet das Coisas, o que deverá ser abordado apenas em futuras análises da agência.
A área técnica da agência não correlaciona com a tendência de receitas, mas também observa a redução do pré-pago, que já representou 80% do mercado brasileiro, no início de 2014. Segundo os dados de dezembro divulgados pela Anatel, hoje esse segmento é 51,63% do total. A Anatel é otimista na previsão de mudança de mix: segundo os cálculos da agência, a inversão para o pós-pago ocorreria já no primeiro trimestre de 2020. Para que isso ocorra e no ritmo atual, seria necessário a base pré-paga desligar pelo menos 5 milhões de acessos até março (exceto dezembro, a média dos últimos meses é de menos de 1 milhão de desconexões), enquanto o pós-pago deveria continuar crescendo pelo menos 1 milhão de acessos por mês até lá.
Na portabilidade, contando até o mês de setembro de 2019, houve mais pedidos do que todo o ano de 2018, destaca o relatório. A agência diz que Claro e Nextel são as empresas com saldo positivo nos trimestres analisados. A efetividade da portabilidade no geral caiu, nos últimos anos (o pico foi de 89,29% em 2014), mas até setembro, estava em 86,13%, 0,12 ponto percentual a mais do que o final de 2018.
A Anatel também ressalta a tendência de queda da base total de SMP, observada a partir de 2015. Comparando o auge do mercado com os números do segundo trimestre de 2019, a queda foi de 19,70%, diz o relatório. Essa tendência é explicada por fatores como a redução da tarifa de interconexão de rede móvel (VU-M), que resultou na queda do "efeito clube", no qual uma pessoa tinha mais de um chip ao mesmo tempo para aproveitar descontos nas ligações on-net. Também destaca mudanças do cenário econômico e "alterações do comportamento do uso do usuário (sic)", que passou a adotar aplicativos over-the-top para troca de mensagens e mesmo ligações, como no caso do WhatsApp.
O problema, que mesmo com aredução da base instalada, o aumento do ARPU, pode significar um aumento do tráfego, coisa que está sendo estimulado pelas operadoras, mas sem o crescimento devido das infraestrutura, razão de um péssimo serviço oferecido pelo serviço móvel.
Pergunto: Também esse aumento de churn, pode abrir um espaço que pode ser ocupado pelas operadoras virtuais?