TV é a principal fonte de informação para 90% dos professores, diz MEC

Para 90% dos professores das escolas públicas brasileiras, a principal fonte de informação é a televisão, via noticiários regulares. E isto não é tudo: apenas 50% das mais de 155 mil escolas têm linha telefônica; só 48 mil têm pelo menos um computador; e 19,6 mil têm acesso à internet. O cenário desolador foi exposto pela diretora de produção e capacitação da Secretaria de Educação à Distância (SEED) do Ministério da Educação, Carmen Moreira de Castro Neves, durante o Seminário Satélites 2004, em São Paulo. Segundo a diretora, para um país da extensão do Brasil, o uso do satélite para o ensino à distância é ideal. E não basta que os professores tenham acesso à TV para que se informem, pois o aprendizado pela televisão requer dedicação, superação de obstáculos e investimentos.
O programa TV Escola do Ministério da Educação, por exemplo, lançado em 1996, enfrentou forte barreira dos professores, que resistiam à tecnologia por acreditarem que seriam substituídos pelo ensino via televisão. Superado o medo restaram os problemas concretos: falta de recursos, de equipamentos e de infra-estrutura. Aos poucos os programas educacionais vão sendo implantados, não na velocidade planejada pela SEED, mas de acordo com o que é permitido pelo orçamento. Para todo o Ministério da Educação, o orçamento para 2004 é de R$ 1,4 bilhão. Na proposta orçamentária para 2005 encaminhada pelo governo ao Congresso na última terça-feira, o valor subiu 43% para mais de R$ 2 bilhões. Para se ter uma idéia, a verba para o ensino à distância neste ano é em torno de R$ 30 milhões, incluindo infra-estrutura e capacitação de gestores, professores, técnicos e alunos.

Recursos com atraso

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A diretora da SEED disse que o investimento inicial no programa de ensino à distância é muito alto. Além disto, criticou, ?os gastos são erráticos, inconstantes, e os recursos às vezes chegam em 28 de dezembro para usar até 31 de dezembro (do mesmo ano).? Segundo as projeções da SEED, todas as escolas públicas já deveriam ter sido alcançadas com internet e ensino à distância em 2002. ?Apesar do planejamento, faltam recursos. É difícil fazer planejamento até o ano que vem, pois é cortado ou contingenciado?, criticou ela, para em seguida fazer um trocadilho com o Fust, ainda retido pelo governo: ?O 'Frust' vem frustrando todas as nossas expectativas. Precisamos de fluxos constantes, liberados em períodos regulares.?

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