Lucro da Oi cai 83% impactado por reestruturação societária

O lucro líquido da Oi no segundo trimestre deste ano foi de R$ 64 milhões, valor 83% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. O resultado foi impactado pela reestruturação societária da empresa, concluída ao fim de fevereiro com a criação da Oi S/A (nova denominação da Brasil Telecom S.A) e a extinção das antigas holdings Tele Norte Leste Participações e Coari Participações. Não fosse a depreciação da mais valia da compra da Brasil Telecom, o lucro líquido da Oi seria acrescido de aproximadamente R$ 300 milhões. A empresa vai consultar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a possibilidade de realizar uma manobra contábil, pela qual essa depreciação, em vez de lançada no resultado, passaria a ser computada no patrimônio líquido.

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De qualquer forma, outros indicadores financeiros também pioraram em comparação com igual período do ano passado. A receita líquida caiu 2,4% nesse intervalo, baixando para R$ 6,91 bilhões. E o EBITDA diminuiu 13,5%, fechando em R$ 2,14 bilhões. A margem EBITDA baixou de 35% para 31%.

A direção da companhia, contudo, entende que a comparação anual não é apropriada e prefere que a análise seja feita com o primeiro trimestre deste ano, tendo como base o novo plano estratégico da Oi, divulgado ao mercado em abril passado. De fato, sob esse ponto de vista, houve melhora tanto no desempenho financeiro quanto operacional. A receita líquida cresceu 1,6% e o EBITDA, 6,4%. Esse foi o primeiro trimestre com variação positiva na receita residencial da Oi em mais de dois anos, destacou o diretor financeiro da companhia, Alex Zornig. "Estamos em uma nova trajetória, com curva crescente de receita. O fundo do poço já passou, falando em português claro", complementou o presidente da Oi, Francisco Valim.

Base de clientes

Em termos operacionais, a Oi fechou o mês de junho com 72,33 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs), que se trata da soma de usuários de telefonia fixa, móvel, banda larga e TV por assinatura. Isso representa um crescimento de 9,7% em relação a junho de 2011 e de 2,1% em comparação com março passado. No segmento residencial, ainda houve queda na base de telefonia fixa, com 12,74 milhões de assinantes ao fim do trimestre, o que representa diminuição anual de 6,2% e trimestral de 0,8%. Mas isso foi compensado pelo crescimento no número de clientes de banda larga fixa, que alcançou 4,81 milhões (+16,4% em 12 meses), e de TV por assinatura, que atingiu 487 mil (+36% em 12 meses).

Merece destaque também o crescimento de 15,1% em 12 meses da base de telefonia móvel, que fechou junho com 45,2 milhões de assinantes, dos quais 39,41 milhões eram pré-pagos.

Dívida

A dívida bruta da Oi ao fim de junho era de R$ 31,74 bilhões. Mais da metade (R$ 16,95 bilhões) é de longo prazo, com pagamento de 2017 em diante. Com caixa de R$ 8,2 bilhões, a dívida líquida da companhia encerrou o trimestre em R$ 23,54 bilhões. A meta da Oi para os próximos anos é ter em caixa sempre algo entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões.

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