Downloads de aplicações desaceleram e preocupam Verizon

Seria natural esperar que, com o tempo, o número de aplicações e serviços oferecidos em redes wireless crescesse em ritmo acelerado. O raciocínio lógico é esse. Mas não é o que algumas operadoras nos EUA estão percebendo. Pelo menos a Verizon Wireless está preocupada com a queda no ritmo de crescimento dos downloads de aplicações e produtos disponíveis. "Não estamos crescendo tanto quanto gostaríamos e esperávamos, e isso é preocupante", diz John Stratton, vice-presidente e responsável pelo marketing da operadora. Stratton foi uma das atrações da abertura do evento Brew 2006, que acontece esta semana em San Diego e que discute o mercado de aplicações para a plataforma Brew.
"O que pode estar acontecendo? Será que as pessoas estão gastando em outros lugares? Será que as operadoras estão se esforçando menos para vender?", pergunta o executivo, que tenta dar algumas respostas. "Provavelmente é uma combinação destes fatores, que se somam a um excesso de aplicações existentes. É difícil trabalhar com tantas opções em cima da mesa", explica.
Stratton lembra que, no caso da Verizon, são mais de 17 mil propostas de aplicações disponíveis para serem avaliadas pela operadora, integradas, adaptadas a diferentes modelos de celular, promovidas e vendidas."Não há como fazer tudo na velocidade que queremos". Para a Verizon Wireless, a pior alternativa é cortar a lista de ofertas. "Quem decide o que é bom ou não tem que ser, no final das contas, o usuário. Não podemos fazer isso por ele".

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Stratton reconhece que ao longo dos anos com aplicações sendo desenvolvidas para o celular não se melhorou a navegação nem se buscou um ambiente que prenda o usuário e que o faça consumir mais produtos.
A participação da Verizon no Brew 2006 foi quase um apelo aos desenvolvedores nesse esforço de mudar algumas características da oferta de aplicações por celular. "Acreditamos que a única solução para esse problema que começamos a enfrentar é adicionar à nossa oferta menus com opções mais bem organizadas, ferramentas de busca inteligentes, que aprendam a recomendar ao usuário coisas que possam interessar com base em seus hábitos, e muita interação entre diferentes aplicações", disse Stratton.
Independentemente desse problema, a Verizon comemora as conquistas no mercado de dados em redes celulares. Hoje, 11,5% das receitas da operadora já são com aplicações, há 27 milhões de usuários que podem receber aplicações Brew e estes realizaram 160 milhões de downloads nos últimos 36 meses.

Demanda e oferta

A fala de Stratton foi de certa forma um complemento a alguns pontos colocados pelo CEO da Qualcomm (principal fomentadora da tecnologia Brew e do evento), Paul Jacobs, que enfatizou a importância da personalização nas futuras gerações de aplicações e serviços wireless. "Acreditamos em ferramentas que permitam tornar o relacionamento do usuário de celular com as aplicações mais inteligentes. As aplicações precisam entender o que cada usuário gosta ou precisa". A Qualcomm desenvolveu, para a plataforma Brew o conceito de "criaturas", que são justamente aplicações que "surgem" em função da localização e dos hábitos de uso de cada consumidor.

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