Vésper ameaça deixar o país e processar governo

Na avaliação de Luiz Kaufmann, presidente da Vésper, sem a possibilidade de também prestar serviços móveis, a empresa dificilmente sobreviverá no mercado brasileiro. Além disso, segundo o executivo, não é segredo para ninguém que o controladora da companhia (Qualcomm) vem ?segurando? a operação da Vésper na esperança de que esta questão se resolva o mais rápido possível. Questionado se a empresa desistiria da operação móvel caso não possa utilizar as faixas de freqüência pretendida, Kaufmann foi claro em afirmar que a empresa não desistiria apenas da operação móvel, mas também sua controladora deixaria o mercado brasileiro, não sem antes processar o governo brasileiro por instabilidade regulatória.

Estarrecidos

A Vésper se declara estarrecida com o posicionamento da Anatel, especialmente pelo fato de que não houve uma explicação sequer da decisão em não conceder a faixa de 1,9 GHz em caráter secundário para utilização em serviço móvel. O presidente da Vésper afirma que a operadora tem contatos constantes com a agência e que não percebeu nenhuma boa vontade do órgão em apreciar sua argumentação. Por esta razão, resolveu procurar o ministro das comunicações, para sensibilizá-lo no sentido de reabrir a discussão com a agência. Segundo Kaufmann, a decisão de tornar pública as gestões que a empresa fazia junto ao Minicom foi uma decisão do próprio ministro, que resolveu politizar a questão: ?o resultado da polêmica é que nesta quarta, 2, vamos ter a oportunidade de defender nossas posições junto aos deputados. Esperamos que esta questão seja resolvida ainda este mês para que não percamos mais tempo nas instalação de nossa rede móvel".

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Como os fornecedores dos equipamentos já estão escolhidos (Lucent e Nortel), a empresa acredita que em seis meses, a contar da decisão da Anatel, já poderá operar comercialmente.

?Vocês publicaram?

Durante a coletiva realizada nesta terça em Brasília, o presidente da Vésper lembrou que a imprensa especializada publicou nota a respeito das possibilidade de utilização das faixas de freqüência em caráter secundário que reproduzia declarações de um conselheiro da Anatel sobre o assunto.
De fato, é a seguinte a nota que este noticiário publicou dia 10 de abril de 2002. As informações não foram contestadas pela Anatel:

?Novas faixas no WLL abrem brecha para Vésper operar SMP

Segundo o presidente interino da Anatel, Antônio Carlos Valente, a Vésper poderia utilizar suas freqüências de WLL para prestar o SMP (Serviço Móvel Pessoal). Para isso, a espelho precisaria comprar uma licença, o que não é difícil, uma vez que há espectro de sobra para o serviço e diversas faixas já oferecidas ficaram sem candidatos. Esta possibilidade é uma das conseqüências das consultas públicas 266 e 267, que pretendem mudar a alocação das faixas de freqüência reservadas para o WLL, com o objetivo de concentrar as freqüências reservadas para o IMT 2000. Acontece que a consulta pública também propôs que o espectro reservado para o WLL seja usado em caráter secundário para prestar o Serviço Móvel Pessoal. Com isto, a agência pode estar resolvendo dois problemas de uma vez só: o primeiro é a situação da própria Vésper (e outras empresas com WLL), que pode prestar um novo serviço. O segundo é achar compradores para as sobras das bandas D e E, já que não apareceu nenhum interessado na licitação feita este ano. Vale lembrar que a Vésper já tem, tecnicamente, plenas condições de fazer serviços móveis.?

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