Deputado que foi ao TCU ignorava comando de Dantas sobre BrT

O deputado federal Alberto Fraga (PFL/DF) encaminhou esta semana uma representação ao Tribunal de Contas da União requerendo ação cautelar com a suspensão da Assembléia Geral Extraordinária da Brasil Telecom Participações que aconteceu na quarta, 27, e denunciando supostas irregularidades no acordo de put firmado entre fundos de pensão e Citibank. O deputado mostrou-se surpreso, contudo, ao saber que sua iniciativa alinhava-se aos interesses do Opportunity, de Daniel Dantas. "Ele também está envolvido com essa questão?", indagou, surpreso, o deputado. Ao ser informado pela reportagem que é Daniel Dantas, e não o Citibank, quem está hoje no comando das operadoras, ele afirmou. "Você me traz uma informação nova, disso eu não sabia". Ele explica que considerava que a Brasil Telecom era controlada pelo Citigroup e que, em seu entendimento, os fundos estariam comprando a parte do banco norte-americano na Brasil Telecom por três vezes o valor de mercado, "o que é um absurdo". Segundo o deputado, "deve ter alguma coisa aí, até porque os presidentes dos fundos são todos indicados pelo (ex-ministro Luiz) Gushiken". Alberto Fraga não quis deixar a reportagem de TELETIME News ter acesso à sua representação. Trata-se de um documento longo, de algumas dezenas de páginas, feito pelo advogado do deputado. "Preciso consultar meu advogado para saber se posso mostrar", disse, comprometendo-se a dar um retorno na próxima segunda, dia 1º. Ele admite que não conhece os detalhes da argumentação e que tomou conhecimento do caso pelas reportagens na imprensa, sobretudo a entrevista dada por Henrique Pizzolato (ex-diretor do Banco do Brasil e ex-diretor da Previ) à Folha de S. Paulo. Perguntado se teria discutido sua iniciativa com o senador Heráclito Fortes (PFL/PI), que ataca exatamente os mesmos pontos do acordo entre fundos de pensão e Citibank, ele negou. "Apesar de ele ser do meu partido, não conversei com ele". O TCU também não fornece cópia da longa representação do deputado.
O presidente do Tribunal de Contas, Adylson Motta, em ofício encaminhado ao presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, informa que vai pedir explicações aos fundos de pensão sobre o acordo de put mas diz que não acatou o pedido de cautelar contra a AGE, por não ter sido demonstrado risco iminente no fato. Fontes dos fundos informam que vão esclarecer o TCU que o acordo de put é uma operação que só será realizada em novembro de 2007 sob determinadas condições, e que o preço, apesar de ser acima do valor de mercado, envolve um prêmio de controle. Além disso, lembram que o acordo só se efetiva se não for encontrado um comprador para a participação do banco norte-americano e dos fundos até lá.

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