Animec questiona razões da escolha da Telmex à CVM

A Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais (Animec), entidade que se coloca como defensora do interesse de acionistas minoritários, solicitou na última segunda, dia 22, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que obrigue a Embratel Participações (Embrapar) e MCI a esclarecerem em fato relevante as razões da escolha da proposta da Telmex, de US$ 360 milhões, em vez da proposta concorrente de no máximo US$ 550 milhões do consórcio da Geodex e das três grandes teles locais fixas. A entidade pede ainda que a CVM investigue se a aquisição de ações ordinárias da companhia violou as disposições da legislação societária e do mercado de valores mobiliários. Como explica o vice-presidente da Animec, Gregório Mancebo Rodriguez, a entidade quer saber se não houve vazamento de informação privilegiada antes da escolha da Telmex na disputa pelo controle da Embratel, quando a Capital Group International Inc. (que tem participação do grupo mexicano) anunciou, em 2 de fevereiro último, a aquisição de 5,5% das ações ordinárias da operadora brasileira de longa distância.
Segundo Rodriguez, a Animec não está se posicionando a favor da Telmex, nem do consórcio das teles. ?Queremos apenas que sejam divulgados os detalhes da decisão. Com os direitos de tag along dos minoritários, é bem diferente receber 80% de US$ 550 milhões em relação a 80% de US$ 360 milhões?, observa o vice-presidente da Animec.
Rodriguez não considera procedente a justificativa que consta em documento da MCI entregue à corte americana de falências de que um dos fatores que pesaram na decisão foi a previsão de dificuldade de aprovação pelo Cade e Anatel de um eventual negócio com as teles. ?Nunca vi este procedimento de não se aprovar um negócio a priori por conta de riscos regulatórios. Cada caso é um caso?, observa.

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Também é questionado por Rodriguez outro argumento apresentado no documento, de que a proposta das teles era variável, a partir de US$ 350 milhões, de acordo com os resultados de uma due diligence nas contas da Embratel, enquanto a Telmex deu um preço sem condicionantes. ?Não existe proposta firme, para a compra de porteira fechada, com preço no escuro. Na prática, sempre haverá uma auditoria, para saber se não há passíveis intangíveis na contabilidade da companhia adquirida. Além disso, as teles não tinham como fazer a due diligence antes da proposta já que não tiveram acesso ao data room da Embratel.?

Documento

O documento protocolado pela MCI junto à Corte de Falência de Nova York, que analisa o processo de Chapter 11 da empresa, está disponível para download no site da Teletime. Trata-se de um documento grande, de mais de 10 Mb, o que requer conexão de banda larga para download. Neste documento, a MCI expõe as razões da escolha da proposta da Telmex. O endereço para download é www.teletime.com.br/arquivos/mci.pdf .

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