Telecom Italia acusa Opportunity de romper acordo na BrT

O presidente-executivo da Pirelli e chairman
da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, disse nesta quinta, 11, em Brasília, que a empresa foi informada pela própria Anatel de que a Brasil Telecom enviou carta à agência considerando que o acordo de acionistas que afastou provisoriamente o grupo italiano do bloco de controle da concessionária não estaria valendo mais. Assim, a Telecom Italia não poderia voltar ao comando da empresa, mesmo após a comprovação da antecipação das metas da concessionária. ?Nossa posição é de que o acordo tem de ser respeitado, até porque houve concordância da Anatel em relação a ele?, declarou o executivo, que manteve encontros nesta quinta, 11, com o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, e Antônio Palocci, ministro do Fazenda. O presidente da Telecom Italia para a América Latina, Giorgio Della Seta, também participou das reuniões.
Segundo Provera, a Telecom Italia quer voltar à BrT, não apenas porque investiu muito dinheiro na empresa, mas também por acreditar que uma operação conjunta da telefonia móvel da TIM (também pertencente ao grupo) com a operação fixa traria ganhos tanto para os investidores quanto para os assinantes. Como ele enfatizou, o grupo italiano já investiu US$ 6 bilhões no Brasil, e pretende alocar mais US$ 1 bilhão nos próximos três anos só em sua operação de telefonia móvel, que já conta com 6,5 milhões de clientes.

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Como se sabe, o acordo com o Opportunity previa que a Telecom Italia, para poder operar suas licenças de SMP, sairia do controle da BrT até que a empresa cumprisse suas metas de universalização. Ocorre que a BrT, neste meio tempo, também adquiriu, em sua área de concessão, licenças de telefonia móvel, resultando em um impasse regulatório, já que a LGT proíbe empresas detentoras de mais de uma licença de serviços em uma mesma área.
Para Provera, com a eventual volta da Telecom Italia à BrT, a operadora fixa é que deve devolver as licenças de telefonia móvel, uma vez que a Anatel aprovou o acordo de acionistas. Em sua visão, a agência, por ter aprovado o acordo, nem deveria ter permitido a concessão da licença durante seu período de vigência.
O presidente da Telecom Italia também disse acreditar que as autoridades brasileiras não permitirão qualquer manobra para impedir a volta do grupo à BrT, em alusão à recente tentativa de mudanças no estatuto das holdings controladoras da operação. Por fim, desabafou que ?a Telecom Italia e os fundos investiram muito dinheiro na BrT, enquanto o Opportunity não colocou um real na empresa?. Sobre isto, Della Seta amenizou as declarações, dizendo que seria apenas uma forma de expressão, sendo um exagero dizer que não foi gasto um real. De qualquer forma, disse ele, os gestores investiram, proporcionalmente, muito pouco na empresa.

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