Mais da metade do mundo está conectado, diz UIT

O mundo finalmente terá uma parcela maior de conectados do que os desconectados até o final deste ano, segundo relatório da União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgado nesta sexta-feira, 7. A estimativa da entidade é de que 2018 se encerre com 3,9 bilhões de pessoas usando a Internet, ou 51,2% da população global. Mas isso continua significando que 48,8% do planeta ainda não tem acesso.

Em países desenvolvidos, um aumento lento e contínuo fez com que a penetração do acesso subisse de 51,3% em 2005 para 80,9% em 2018. Já nas nações em desenvolvimento, mesmo após aumento de 7,7% em igual período, a realidade continua sendo aquém da apresentada pelos países mais ricos há 13 anos; encerrando este ano com 45,3% da população conectada.

Para o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, os números mostram um "passo importante em direção de uma sociedade global da informação mais inclusiva". Porém, ele reconhece que ainda há "pessoas demais pelo mundo ainda esperando colher os benefícios de uma economia digital". Ele considera ser necessário encorajar mais investimentos dos setores público e privado para criar um ambiente que atraia mais investimentos, apoiando a inovação tecnológica e de negócios, "para que a revolução digital não deixe ninguém offline".

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Desigualdades

A entidade destaca também um crescimento no acesso a redes de telecomunicações, sobretudo com as conexões móveis, que são uma parte cada vez maior da banda larga. O maior crescimento de penetração de Internet entre 2005 e 2018 foi na África, saindo de 2,1% para atuais 24,4%. Na Europa, com 79,6%; e nas Américas, com 69,6%, o crescimento foi mais modesto. Na Comunidade dos Estados Independentes (CEI, composta por 11 repúblicas da antiga União Soviética), o percentual será de 71,3% ao final do ano; enquanto nos Estados Árabes será de 54,7%; e a região Ásia-Pacífico, de 47%.

Os acessos de banda larga fixa aumentaram e encerrarão este ano com 1,1 bilhão de acessos, mais do que os de telefonia fixa (942 milhões). Na banda larga móvel, a penetração cresceu de 4% em 2007 para 69,3% em 2018, totalizando agora 5,3 bilhões de conexões móveis. Nos países em desenvolvimento, a penetração da banda larga móvel chegou a 61 para cada cem habitantes neste ano, e a UIT diz ainda haver muito espaço para crescimento nos próximos anos. Nos países menos desenvolvidos, a penetração saiu de praticamente zero em 2007 para 28,4% em 2018. As redes móveis atualmente cobrem 96% da população mundial, sendo que 90% têm cobertura 3G ou superior.

O telefone fixo caiu 12,4% em sua penetração em 2018, enquanto a quantidade de celulares supera a população global, especialmente com o avanço em países da África e da Ásia-Pacífico. O crescimento foi menor nas Américas e na CEI, e na Europa e nos Países Árabes, houve declínio.

A UIT estima que metade das residências no planeta possuem ao menos um computador, contra apenas um quarto em 2005. Nos países desenvolvidos, essa penetração é de 83,2%, contra 36,2% nos países em desenvolvimento e 10% nas nações menos desenvolvidas. Com isso, aumentou também o acesso à Internet domiciliar, saindo de 20% em 2005 para 60% em 2018. Nos países desenvolvidos, "quase a totalidade" das casas contam com conexão, índice que era de apenas 8,4% em 2005.

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