Os analistas do setor de telecomunicações dos Estados Unidos estão revendo (para baixo) suas estimativas de trocas de provedores de telefonia entre os consumidores norte-americanos. Passados dez dias do início do direito à portabilidade e do número de telefone, estão todos convencidos de que a movimentação foi mesmo inferior à esperada.
Acredita-se agora que não mais de 1,5% dos 145 milhões de assinantes tenham pedido efetivamente para mudar. As previsões iniciais eram de 6%, ou mais.
A propaganda dos defeitos técnicos está ajudando a desestimular a troca, pelo menos no momento. Em lugar das 2,5 horas previstas, as empresas estão demorando, em muitos casos, mais de cinco dias para processar a troca. O analista Jonathan Atkin, da RBC Capital Market, disse que só foram completadas 13 das 30 trocas que ele acompanhou pessoalmente. Portanto menos de 43%.
Ou seja: quem acabará ganhando com isso serão empresas como Nokia, Motorola e Siemens, enquanto as telefônicas tentem a ficar com as margens de lucro ainda mais estreitas.
Nos últimos cinco pregões, o segmento de telefonia móvel registrou uma pequena alta de 0,28% contra valorização de 1,63% do índice Dow Jones. O destaque foi a Nextel, com alta de 7,3%. Exatamente porque o status quo setorial deve ser mantido.