Em teleconferência realizada na noite desta quinta-feira, 31, para comentar o balanço financeiro do segundo trimestre do ano, o diretor de finanças e relações com investidores da Oi, José Luiz Salazar, revelou que a empresa aumentou a projeção de investimento para o ano de R$ 4 bilhões para R$ 4,5 bilhões, devido ao ágio desembolsado no leilão de 3G. "Os preços foram maiores. Esperávamos gastar entre R$ 400 milhões a R$ 500 milhões a menos", disse ele.
Salazar detalhou como serão aplicados os recursos. Cerca de R$ 900 milhões serão para o pagamento das licenças de 3G, sendo que 10% já foi feito em abril e o restante será feito em dezembro. Cerca de R$ 1 bilhão será alocado na rede de São Paulo, onde a empresa pretende começar a operar em outubro. Em torno de R$ 600 milhões serão alocados na expansão da rede de telefonia móvel de 2G na própria região. Para a expansão do 3G na região estão reservados cerca de R$ 300 milhões. Outros R$ 600 milhões serão alocados na expansão da banda larga e mais R$ 600 milhões a empresa deverá usar para o dia a dia das operações.
BrT
Logo no início da teleconferência, Salazar alertou os jornalistas que não responderia perguntas sobre a compra da BrT. Mas disse que pretende captar mais R$ 3 bilhões para financiar a operação, entre setembro e a primeira quinzena de dezembro. A empresa estuda três maneiras de fazer a captação: recorrer a agências financeiras multilaterais, emitir bônus no mercado externo ou empréstimo bancário também no exterior. Durante todo o ano de 2008 a captação ficará entre R$ 11 bilhões e R$ 12 bilhões, totalmente utilizados para o custeio da operação de compra da BrT. Nesse segundo trimestre a empresa já desembolsou R$ 315 milhões para pôr fim aos litígios judiciais que envolviam os antigos sócios da companhia. Outros R$ 18 milhões foram gastos com serviços de assessoria jurídica e consultoria financeira. "Esse é um dos riscos que teríamos que correr. A operação está andando exatamente de acordo com o planejado", disse ele.
São Paulo
No passado, o presidente da Oi, Luis Eduardo Falco, disse que seria "molezinha" entrar em São Paulo porque o mercado era explorado por "três gatos gordos". Provocado pelos jornalistas, Salazar deu "a explicação técnica" para a comparação de Falco. Segundo Salazar não faz sentido que uma cidade como São Paulo tenha 10% a menos de penetração que no Rio de Janeiro. "São Paulo é uma cidade rica, deveria ter pelo menos a mesma penetração que Brasília", disse ele. O executivo aposta que a penetração do serviço móvel no estado vai aumentar depois da chegada da Oi, que está prevista para outubro tanto em segunda como em terceira geração. A estratégia de venda de chip avulsa também será mantida.