O presidente da Vésper, Luiz Kaufmann, afirmou durante a Futurecom que a empresa pretende utilizar o padrão CDMA na faixa de 1,8 GHz se eventualmente disputar e ganhar licenças das bandas D e E de telefonia móvel. A empresa aguarda que seus acionistas, Qualcomm, Velocom e BCI, dêem um parecer sobre sua entrada ou não na licitação das sobras de SMP, marcada para o próximo dia 19 de novembro. Com a licença, a espelho, que hoje só pode operar Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC), pretende liberar-se das restrições à mobilidade de seu principal produto, o Vésper Portátil, utilizando-o em caráter secundário na faixa de 1,9 GHz. E como as outorgas de telefonia móvel ainda disponíveis são vinculadas às faixas de freqüência de 1,8 GHz, a Vésper terá obrigatoriamente de ocupá-las.
Como explica Kaufmann, a designação para o SMP de uma faixa onde predomina o GSM não representa necessariamente que este padrão seja o único compatível. O CDMA já vem sendo empregado em 1,8 GHz na Coréia, diz ele. E na condição de operadora controlada pela Qualcomm, a proprietária do sistema CDMA, a espelho não deverá portanto adotar o padrão concorrente desenvolvido na Europa.
Falta no entanto definir como será ocupada a faixa a ser adqurida junto com a licença. ?Ainda estamos estudando que aplicações colocaremos em 1,8 GHz. Podemos adotar por exemplo o 1xEV-DO", diz o executivo referindo-se à tecnologia de transmissão de dados de alta velocidade que está para lançar em São Paulo e Rio de Janeiro.
Sem mais adiamento
A Vésper, que foi uma das empresas que solicitaram o adiamento do leilão de SMP, inicialmente previsto para outubro, não vai querer nova postergação. Segundo Kaufmann, as razões que levaram ao pedido já foram superadas. Naquele momento, conta ele, a espelho não poderia participar do leilão por estar envolvida em uma difícil gestão com seus acionistas para obter o sinal verde. Segundo o presidente da Vésper, também está sendo estudada uma forma de obter licença de telefonia móvel no Rio de Janeiro, onde não há mais freqüência disponível para o serviço. Uma solução poderia ser a compra de faixa adicional na banda C, cujo chamamento público ocorrerá no dia 6 de dezembro.
Enquanto isso, a Vésper volta gradativamente a comercializar o Vésper Portátil dentro das novas condições técnicas, que evita que o produto opere com a mesma mobilidade do serviço celular. Desde a retomada das vendas em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, a partir do início de outubro, a espelho vendeu algo entre 20 mil a 30 mil aparelhos. ?Ainda não avaliamos o quanto a restrição afetou nossas vendas, mas com certeza nos prejudicou bastante?, observa. Até a Anatel proibir a venda do Vésper Portátil, tinham sido vendidas cerca de 90 mil unidades do produto.