Estratégia da Hughes e ausência da Hispamar são destaques do leilão

Um experiente executivo do setor de satélites avalia que a licitação da Anatel por quatro posições orbitais , além do fato de ter sido um sucesso em função dos ágios gigantescos conseguidos, acabou revelando algumas surpresas.
A primeira delas foi com o preço pago pela Hughes pela posição orbital de 45 graus Oeste (R$ 145 milhões), o que, segundo o executivo, é talvez um fato inédito no mundo. "Não me lembro de um lance tão elevado por uma única posição orbital", disse. Contribui para o mistério o fato de a Hughes estar se recusando a dar explicações sobre sua estratégia. Segundo executivos da empresa presentes ao leilão, a proposta foi montada nos EUA e o comunicado ao mercado sairá nesta quarta, dia 31. Mas sem dúvida, avaliam os analistas que observaram a licitação, a presença da Sky puxando os lances teve um efeito semelhante ao que a Nextel teve no leilão das faixas de 3G em 2007, forçando lances bem acima dos previstos. Além dessa posição, a Hughes levou ainda a quarta posição, de 68,5 graus Oeste, por outros R$ 35,2 milhões.
A estratégia da Sky, na leitura dos observadores, foi um misto entre a vontade de ter uma posição orbital que de fato lhe permitiria ter dois satélites captados por uma mesma antena (ainda que fossem necessários dois LNBs), e uma estratégia de subir os lances das concorrentes, sobretudo da StarOne. A operadora de DTH ficou sem sua posição, mas conseguiu subir bem os lances em geral.

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A StarOne, por sua vez, é tida como a grande vencedora do leilão, levando as duas posições que mais lhe interessavam (70 e 84 graus Oeste) por R$ 37 milhões cada, bem acima do preço mínimo. A dúvida é como ficará a disputa após os recursos que inevitavelmente serão colocados pela StarOne contra a Hughes por conta da interferência entre a posição de 68,5 graus Oeste adquirida pela Hughes e a posição de 70 graus Oeste da StarOne.
Outra surpresa foi a ausência da Hispamar entre as empresas vencedoras. Todos acreditavam que a empresa, que tem a Oi como acionista, mas que teve sua estratégia montada na Espanha, levaria pelo menos uma posição, mas os lances da empresa foram pouco agressivos para a disputa que se verificou. "Algo certamente deu errado na estratégia deles", avalia um especialista familiarizado com o setor. Essa licitação era a única chance em médio prazo de a Hispamar se expandir. Ao todo, a Anatel arrecadou no leilão R$ 254 milhões para um preço mínimo total pouco inferior a R$ 16 milhões (R$ 3,95 milhões por posição).
Mercado
A nova configuração do mercado de satélites no Brasil após o leilão das novas posições será debatida no Congresso Latino-americano de Satélites, realizado pela revista TELETIME e pela Converge dias 6 e 7 de outubro, no Rio de Janeiro. Já estão confirmadas presenças dos principais operadores de satélite e autoridades, entre elas, o conselheiro da Anatel Jarbas Valente e o secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações Maximiliano Martinhão. Mais informações pelo site www.teletime.com.br/eventos ou pelo telefone 08007715028.

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