Brasil Telecom, em conferência, não comenta negociação com a Oi

Na conference call realizada pela Brasil Telecom na manhã desta quarta-feira, 30, para divulgar o balanço do ano de 2007 aos analistas e investidores, o diretor de relações com investidores da tele, Paulo Narcélio Simões Amaral, escapou de responder os delicados questionamentos sobre a eventual fusão com a Oi e negou mais uma vez o fechamento da operação. Em sua apresentação inicial, Amaral deixou claro que não comentaria o assunto: ?Não poderemos comentar notícias que estão sendo veiculadas envolvendo a associação de empresa ou entre os controladores das empresas, tendo em vista que, até o momento, nada mudou em relação aos nossos últimos comunicados divulgados ao mercado.?
Vale lembrar que todos os comunicados até então negam a fusão ou venda da companhia para a Oi, admitindo, no máximo, que existem conversas sobre o tema. Mesmo com a ressalva de Amaral, a diretoria da Brasil Telecom não conseguiu evitar as interpelações dos analistas. Preocupado com o efeito das notícias sobre a companhia, um dos analistas que participou da conference call pediu que o diretor comentasse o resultado dos boatos com relação à compra pela Oi sobre os papéis da concessionária. Novamente, o diretor voltou a se esquivar do assunto e não respondeu à pergunta.

Na mira da CVM

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Enquanto isso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem acompanhado de perto a oscilação dos papéis da Oi e da Brasil Telecom na Bovespa. Por enquanto, a autoridade não abriu nenhum processo administrativo para investigar a movimentação das ações das duas companhias. Mas isso não exclui a possibilidade de que, levantada a suspeita de que houve vazamento de informações privilegiadas, a CVM investigue o caso.
Até o momento, o órgão tem sido econômico em suas respostas oficiais. ?A CVM está atenta às divulgações de informações a respeito de eventuais negociações em andamento e vem acompanhando para que as companhias envolvidas prestem ao mercado o melhor esclarecimento possível?, informa oficialmente. Em outras palavras, boa parte dos fatos relevantes divulgados pelas companhias nos últimos dias é fruto da provocação da CVM, como forma de proteger os investidores.

Sem investigação

Mesmo tendo antecipado informações sobre uma eventual fusão à imprensa, antes de qualquer fato relevante nesse sentido e com o pregão em funcionamento, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, está resguardado de responder à CVM sobre os efeitos de suas declarações. Isto porque, a Instrução n.º 388/2003, que rege a atividade de analista de valores mobiliários e baliza a abertura de processos de crime contra o mercado de capitais, atinge somente quem faz recomendações de compra de papéis no mercado.
Dessa forma, um comentário de Hélio Costa ou de qualquer veículo de imprensa, mesmo que gerem especulação nos papéis das companhias, não é suficiente para que o ministro seja enquadrado pela CVM. O máximo que a comissão pode fazer é buscar novos esclarecimentos junto às empresas listadas e exigir a divulgação de fatos relevantes dando transparência à negociação. E, se for o caso de abrir uma investigação, esta será contra as companhias.

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