Alierta garante: "Telecom Italia permanecerá italiana"

O CEO da Telefónica, Cesar Alierta, reuniu-se nesta terça-feira, 29, com o primeiro ministro italiano, Enrico Letta, e declarou a jornalistas italianos a promessa feita ao governo da Itália: "A Telecom Italia permanecerá italiana e manterá os empregos na Itália". Alierta também se comprometeu a investir em infraestruturas fixas de fibra ótica e 4G no país.

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O encontro, classificado por Alierta como "muito cordial e construtivo", não teria tratado da desagregação da rede de acesso da incumbent, da golden share que poderia permitir ao governo vetar uma tomada de controle do grupo espanhol, nem mesmo a emenda de lei italiana sobre Oferta Pública de Ações (OPA) que está pra ser aprovada pelo Senado e que poderia forçar a Telefónica a fazer uma oferta pela totalidade do capital de Telecom Italia no caso de aumento da participação no controle da Telco, holding maior acionista da tele italiana com 22,4% das ações ordinárias.

Alierta também se reuniu com chairman interino da Telecom Italia, Marco Patuano. Vale lembrar que Patuano deverá apresentar um novo plano estratégico para o holding italiano na reunião de conselho agendada para o próximo dia 7 de novembro, quando devem ser conhecidos também os planos para a TIM Brasil.

Análise

A ida de Alierta a Roma para se encontrar com Letta, bem como sua "visita cortesia" no final de setembro ao hotel em que estava hospedada em uma missão oficial a presidenta Dilma Rousseff em Nova York indicam que a Telefónica ainda está estudando o terreno, tanto no Brasil quanto na Itália, para a partir daí chegar a uma decisão sobre sua estratégia com relação à Telecom Italia e a TIM Brasil.

O eventual aumento no controle da Telecom Italian por meio da Telco (em que atualmente detém 46,2% das ações ordinárias), poderia forçar a venda da TIM Brasil por questões concorrenciais ou impossibilidade técnica de fusão das duas operações (Vivo e TIM) considerado o limite de espectro por operadora determinado pela Anatel.

Outro complicador é que, se realmente transformada em lei a emenda da OPA, ela poderia atrapalhar os planos da Telefónica ao obrigar o grupo espanhol, também endividado, a fazer uma oferta pela totalidade do capital da Telecom Italia.

Uma outra saída que começa a ser ventilada no mercado seria uma fusão total entre as operadoras italiana e espanhola. Esse caminho talvez explique a frase de Alierta quando disse que a Telecom Italia permaneceria italiana. Numa fusão, a empresa resultante poderia ser tanto de um país quanto de outro. Basta lembrar o recente anúncio de fusão entre Oi e Portugal Telecom. A empresa resultante poderia ser considerada brasileira, se levado em consideração que a sede seria mantida no Brasil; ou portuguesa, se considerarmos que a PT poderia ter maior participação acionária do que os acionistas brasileiros.

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