A disputa entre operadores e programadores de TV por assinatura pelos custos de conteúdo ficou escancarada na abertura da NCTA Cable 2014, principal evento de TV por assinatura dos EUA que acontece esta semana em Los Angeles. A ponto de uma plateia lotada de profissionais da indústria ter recebido uma repreensão pública do prefeito da cidade, Eric Garcetti, sobre a ausência dos jogos do time de baseball da cidade, os LA Dodgers, nos serviços da Time Warner Cable. Foi a primeira de uma série de intervenções sobre o tema durante a sessão de abertura do evento.
Para o presidente e CEO da TWC, Rob Marcus, "não há dúvida de que (a disputa) passou um pouco o limite. Entendemos que os programadores têm uma pressão das ligas detentoras dos principais direitos e dos custos. Então, temos uma discussão sobre a sustentabilidade do ecossistema. Temos que descobrir como ter uma relação melhor, ouvindo o feedback dos usuários", diz ele.
O presidente da operadora de cabo Suddenlink, Jerry Kent, vai na mesma linha. "Precisamos de flexibilidade para conseguir pacotes menos caros, algo que não seja um modelo de 300 canais, uma opção mais viável. Se não fizermos isso, vamos ter ou que aumentar preço para o assinante; ou o governo vai interferir; ou os operadores vão ter que cortar alguns canais", disse ele.
Os programadores vão na mesma linha, mas com uma abordagem diferente. Para John Skipper, presidente da ESPN e co-chairman do grupo Disney, "há uma pressão imensa sobre os custos de programação. Agora, como indústria, não vamos crescer e fazer mais dinheiro todos juntos se não encontrarmos uma forma de crescer o mercado. Se continuarmos no patamar atual, vamos continuar discutindo percentagens de markt share". O drama do mercado dos EUA é que ele não só não cresce como começa a dar sinais de que está se retraindo, o que só aumenta a pressão nas negociações por direitos.
