A SES confirmou oficialmente o início de negociações preliminares com a sua principal concorrente no mercado internacional de satélites, a Intelsat, para uma possível fusão. Segundo o curto comunicado da empresa, "em resposta aos rumores de mercado, a SES S/A confirma que a empresa iniciou discussões relativas a uma possível combinação com a Intelsat. Nesse momento, não há certeza que a transação irá se materializar. O conselho da SES segue plenamente comprometido em agir no melhor interesse da SES e de seus acionistas".
O "rumor" sobre uma possível fusão existe desde o ano passado e nunca foi formalmente desmentido. Ao contrário, as duas companhias, em diversas ocasiões, manifestaram que a concentração no mercado de satélites seria uma possibilidade e que todas as opções estavam na mesa. Apesar das conversas iniciadas agora, recentemente a Intelsat anunciou uma cooperação com a Eutelsat e com a OneWeb para exploração de capacidade combinada.
Juntas, SES e Intelsat seriam de longe a maior operadora de satélites geoestacionários, com mais de 110 satélites em órbita geoestacionária e mais a constelação O3b de satélites de órbita média. Certamente seria uma operação com grandes desafios regulatórios para ser aprovada, pela concentração de mercado e quantidade de espectro e posições orbitais envolvidas, mas por outro lado é uma resposta a uma crescente ameaça aos sistemas tradicionais de satélite por provedores entrantes, como Starlink, que com constelações de órbita baixa e modelos muito mais agressivos de preço e subsídio de equipamentos, estão rapidamente ganhando espaço.