O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que a venda de parte do controle da Oi para a Portugal Telecom (PT) não afeta os planos governamentais de manter a concessionária como uma "empresa nacional". "A Oi continuará sendo brasileira da Silva", declarou o presidente a jornalistas após encontro com o presidente da Nicarágua Daniel Ortega. Em uma primeira análise, Lula achou a negociação positiva para o Brasil, pois atrai novos investimentos para o país.
A incorporação da Brasil Telecom pela Oi contou com o franco apoio do governo federal, que apostou no discurso de criação de uma "megaempresa nacional" capaz de fazer frente ao forte capital estrangeiro no setor de telecomunicações. Agora, com a associação da Portugal Telecom à brasileira Oi, o risco de internacionalização voltou a rondar a companhia. Para Lula, no entanto, a questão não é a empresa ser totalmente brasileira, mas sim "nacional" e isto estaria preservado mesmo com a negociação com a PT. O presidente citou como exemplo a Petrobras e a Companhia Vale do Rio Doce, que apesar de ter capital misto ou investidores múltiplos continuam sendo empresas "nacionais". Ele disse ainda que a parte que está sendo negociada é somente a detida por acionistas privados e que não há negociação envolvendo a "parte pública", sob controle do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "A parte do governo está sendo acompanhada pelo BNDES, por sua equipe técnica e pelo presidente, Luciano Coutinho."
Até o fim do mandato
Lula assegurou que não houve qualquer participação do governo brasileiro no arremate do negócio entre a Oi e a PT. "O Brasil não pode nem poderia ter qualquer ingerência nas negociações entre a Telefônica de Espanha e a Portugal Telecom", frisou, lembrando que Espanha e Portugal são países soberanos e que a negociação se deu no campo privado.