O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, assegura que existe simetria total nas condições em que a Portugal Telecom atuará e participará da Oi em relação às condições que serão criadas quando a Oi entrar no capital da Portugal Telecom. "Eles têm 10% do bloco de controle da Oi e nós teremos 10% do bloco de controle da Portugal Telecom. Eles serão o maior acionista individual aqui e nós seremos o maior acionista individual lá. E não haverá mudança de acordo de acionistas nem aqui nem lá, então todos os direitos que a Portugal Telecom terá na Oi são os mesmos que qualquer acionista com essa participação teria", explicou o executivo a este noticiário. Ele diz que mesmo a indicação de diretor na Telemar Participações está prevista no acordo de acionistas e que, na operadora, não existe nenhuma mudança gerencial.
Sobre o poder de veto que a Portugal Telecom terá na LF Tel e na AG, Falco não informa detalhes por serem empresas acionistas, que não estão sob sua responsabilidade, mas ele ressalta que esse poder será apenas em algumas questões relevantes, como alienação de ações e aquisições.
"A Oi ganha uma importante possibilidade de expansão internacional e terá acesso a condições industriais na contratação de acordos de roaming, terminação de rede e compras que nossos concorrentes têm e nós não tínhamos", disse Falco.
Em relação aos comitês gerenciais de que a Portugal Telecom participará, Falco explica que alguns deles já existem, como os comitês de recursos humanos e o comitê financeiro. "Eles não têm nenhum poder deliberativo, são comitês instrutivos para a diretoria. No caso do comitê de redes e tecnologia, haverá a formalização de algo que já acontece informalmente hoje, e a Portugal Telecom só agrega, pois é uma operadora fixa e móvel com atuação importante em tecnologias novas, como IPTV e FTTH", disse o presidente da Oi, explicando o papel dos comitês. No caso desse novo comitê de redes, tecnologia, inovação e produtos, a Portugal Telecom terá o direito de indicar o presidente.
A Oi espera, com a capitalização de R$ 12 bilhões a ser promovida após o aumento de capital, chegar a um nível de endividamento baixo em relação ao EBITDA, de no máximo 1,2 vezes. "Aliado com a nossa capacidade de gerar caixa, essa posição nos permitirá ir às compras, buscar ativos no Brasil e fora e fazer novos investimentos", explica Falco, acrescentando que nas aquisições internacionais, Portugal Telecom e Oi terão sempre participações iguais. A Oi não deve, por enquanto, mudar seu planejamento em relação a investimentos nem afrouxar o ajuste financeiro realizado em 2010. "Mas com todos os ajustes, continuamos expandindo a oferta em São Paulo, crescendo em banda larga e hoje já estamos em mais de 3 mil cidades com o serviço de ADSL, o que é uma cobertura maior do que a de celular", diz o executivo.