Assim como a Claro, a TIM anunciou também nesta terça-feira, 27, um projeto de lançar o LTE-Advanced no Brasil. A estratégia da empresa já está em andamento, com testes em duas portadoras de 1,8 GHz e 2,5 GHz já sendo realizados no Rio de Janeiro, com intenção de lançar comercialmente já no ano que vem. Além disso, a tele planeja uma evolução no serviço ao agregar três portadoras, adicionando a frequência de 700 MHz uma vez liberada, em 2017. Uma demonstração está sendo feita durante a Futurecom 2015, que acontece esta semana, em São Paulo.
A companhia espera já ter o LTE-Advanced com duas portadoras funcionando durante os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. "Como a rede 1,8 GHz é a mais adotada no mundo, achamos que vai ser o grande diferencial da TIM, e nossa ideia é, nesse momento, já ter o dual carrier de 2,6 GHz e 1,8 GHz", declara o CTO da TIM, Leonardo Capdeville.
A companhia já executa em alguns locais o refarming do 1,8 GHz, atualmente utilizado para o 2G, com ambição de fazer o mesmo no restante do País até 2016. "Estamos trabalhando em 18 estados neste ano que já terão refarming. É um trabalho de engenharia porque temos que trabalhar a frequência, e hoje estamos fazendo uma abrangência nacional", declarou ele. "A ideia não é desligar a rede 2G, mas a medida em que começar a diminuir (a base), aproveitar parte daquele espectro que fica ocioso", explica. Isso é possível com uma tecnologia de gerenciamento dinâmico de rede, similar ao acesso compartilhado autorizado (ASA, na sigla em inglês), disponibilizando espectro para acesso quando não estiver sendo utilizado no GSM. A fornecedora atual para essa plataforma é a Huawei.
Capdeville diz que atualmente, há cerca de um terço de capacidade ociosa disponível na faixa de 1,8 GHz. No Rio de Janeiro, a ideia é sair de 5 MHz disponíveis atuais para até 10 MHz até o final do ano (além dos 10 MHz já disponíveis com o 2,5 GHz). "À medida em que vai diminuindo (a base 2G), vamos crescendo para 7 MHz, 10 MHz, e até chegar aos 15 MHz". Em São Paulo essa evolução deve demorar um pouco mais, mas com a possibilidade alcançar capacidade de 30 MHz. Para cada 10 MHz, a velocidade sobe em média 75 Mbps.
A TIM já realizou testes no Rio de Janeiro com a agregação das faixas, conseguindo assim dobrar o uso de dados em uma região no bairro da Barra da Tijuca. A operadora também já fez testes com as três frequências simultâneas, mas na região metropolitana de São Paulo, em parceria com a fornecedora Ericsson. Para tanto, contou com a licença especial da Anatel para uso de faixa de 700 MHz. Como o LTE-Advanced ainda não tem terminais que aceitem as três portadoras, o piloto foi feito em parceria com um protótipo da Qualcomm, que usou o processador Snapdragon 810 com chipset X10LTE.
Segundo Capdeville, o compartilhamento de espectro (RAN Sharing) com a Oi não se estenderá à faixa de 1,8 GHz, mas poderá ser utilizado para oferecer o LTE-Advanced. "No Rio de Janeiro, por exemplo, utilizamos o 2,6 GHz deles", declara.