Mercado secundário de decodificadores "pode ser desejável", diz SEAE

A Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE) do Ministério da Fazenda tem uma posição favorável à criação de um mercado secundário de decodificadores para TV por assinatura, em que os equipamentos possam ser adquiridos no varejo e utilizados nas redes pagas. Na visão da secretaria, um mercado de decodificadores "abertos", não vinculados a nenhuma prestadora especificamente, poderia facilitar a mobilidade de clientes entre as diversas operadoras. Isso porque, para mudar de operadora, não seria necessário retirar e devolver os equipamentos que hoje são cedidos em regime de comodato. "Também tende a deixar mais claro qual o custo do conteúdo e qual o custo do equipamento, hoje indissociavelmente somados no valor da assinatura, contribuindo para dirimir situações regulatórias frequentemente contestadas por órgãos de defesa do consumidor, como por exemplo, a questão do ponto extra", sustenta a secretaria em seu comentário à consulta pública do novo Regulamento de TV a Cabo.
Técnicos do Ministério da Fazenda mencionam a experiência pouco exitosa da adoção da medida no mercado norte-americano, onde a partir de 2000 a FCC passou a exigir a compatibilidade das redes com pelo menos um dispositivo de uso geral para decodificação dos canais. Até junho de 2009, entretanto, apenas 4% dos assinantes optaram por usar equipamentos próprios, "porém lá o aluguel do decodificador é regulado pela FCC o que não ocorre no Brasil", afirmam os técnicos.
Para a SEAE, o desenvolvimento de tecnologia de segurança pode trazer maior facilidade de uso de equipamentos de terceiros nas redes de cabo. O uso de SmartCards nas redes digitais permite padronizar a comunicação entre set-top box e operadora. A secretaria também menciona que, no futuro, o módulo de acesso condicional poderá ser provido remotamente, "permitindo a compatibilidade total entre equipamentos".

Notícias relacionadas
As contribuições referem-se ao artigo 10 da proposta do novo regulamento de TV a Cabo, que diz: "A rede do serviço abrange os equipamentos necessários à prestação do serviço e inclui a unidade receptora decodificadora do assinante". Para a SEAE, a redação mais apropriada incluiria a frase "caso ela seja de propriedade da prestadora" ao final do artigo. E ainda acrescenta o Parágrafo Único: "É vedado à operadora restringir a conexão de unidades decodificadoras de propriedade do assinante à sua rede, desde que homologadas pela Anatel."

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!