China Mobile e Huawei criam cidade modelo para 5G; desafio ainda é mostrar potencial da tecnologia

A cidade chinesa de Hangzhou, com 13 milhões de habitantes e situada no Leste da China é um dos cartões de visita da tecnologia 5G no país. O projeto, apresentado durante o Mobile Word Congress Shanghai, que acontece esta semana, foi viabilizado por uma parceria entre a China Mobile e a Huawei, e consiste não apenas em cobrir 100% da área urbana e rural da cidade com uma rede 5G (o que foi feito com mais de 150 mil antenas). Nas palavras do deputy general manager da China Mobile na região, Zhuge Yi, Hangzhou é a primeira cidade inteligente 100% conectada com 5G do país.

Mas o projeto vai além da rede: é um showroom de todos os usos potenciais do 5G, tanto em serviços públicos quanto em serviços comerciais disponíveis aos clientes da China Mobile. São serviços de suporte a negócios, empreendimentos individuais, serviços financeiros, de educação, saúde entre outros. Até mesmo serviços de transmissão ao vivo para streaming de vídeo por meio de 5G foram disponibilizados pela China Mobile. 

Zhuge Yi explica que as operadoras de telecomunicações têm hoje um grande desafio que é fazer o 5G ter sentido para a população. "Precisamos que as pessoas tenham experiências de 5G para que elas possam contratar mais serviços baseados em 5G", diz o executivo. Hoje, mais de 65% dos clientes da China Mobile em Hangzhou são usuárias de 5G, diz ele. "5G não é só uma nova tecnologia e sim uma oportunidsde. Dizemos que só vamos ficar ricos se construirmos uma estrada antes. E a 5G é uma superhighway. Com parceiros, podemos explorar as aplicações", diz, otimista, o executivo da China Mobile.

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O desafio de dar sentido ao 5G também é apontado pela operadora Globe, das Filipinas, como o grande desafio atual. "O desafio é investir sem ter ainda como rentabilizar o 5G. N˜oa podemos deixar de investir para não perder o ônibus, mas ainda não existe nada que se faça em 5G que não esteja disponível para o usuário de 4G", pondera Darius Delgado, head da unidade de consumidor mobile da operadora filipina.

Para ele, o marketing, especialmente o micromarketing, focando em cidades e em bairros individuais, é essencial para o sucesso. "O investimento em 5G precisa ser pontual, onde faz sentido naquele momento, por isso precisa estar casado com o marketing de vendas e análise de cada um dos mercados", diz. Ele recomenda ainda que todos os produtos lançados pela operadora sejam associados de alguma forma ao 5G. "O nosso consumidor não é burro e ninguém quer enganá-lo, mas é preciso fazer com o que ele associe tudo o que há de bom na nossa oferta com o 5G, para dar sentido ao produto", diz ele, referindo-se, por exemplo, aos serviços de vídeo, streaming de música e jogos.

Para o consultor Jake Saunders, diretor geral e vice presidnete da ABI Research em Singapura, o 5G de fato tem o potencial de ser uma tecnologia mais rentável para as operadoras do que foram as gerações anteriores. "É tudo uma questão de custo por megahertz e custo por bit trafegado. O 5G pode diminuir muito essa relação, sobretudo quando operador em faixas mais baixas, mas existe um período de amadurecimento", diz ele.

Para o consultor, o principal potencial, hoje, está no mercado de acesso fixo pela rede wireless (FWA) e em soluções que atendam a um público indoor, onde, segundo ele, "as pessoas passam 78% do seu tempo". Isso significa, diz ele, a necessidade de uma aposta em serviços de entretenimento, além de cloud gaming, diz ele. Em pesquisa realizada coma plateia, de fato os serviços de jogos e realidade virtual apareceram como principais aplicações de potencial para o 5G. (O jornalista viajou a Shanghai a convite da Huawei)

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