O conselheiro da Anatel Vicente Aquino voltou a defender a necessidade de uma reavaliação dos prazos estabelecidos para as metas de cobertura estabelecidas para os vencedores do leilão de 5G. Segundo Aquino, muitos dos compromissos, sobretudo em cidades pequenas, só se tornarão obrigatórios em 2029, e para ele o Brasil tem necessidades urgentes que não podem esperar. "Precisamos encontrar uma forma, como for possível, de antecipar isso para 2026, 2025 ou antes. Isso é urgente", disse ele durante o Seminário Conectividade Significativa, realizado esta semana em Brasília e organizado pela Anatel e pelo BID.
Não é a primeira vez que Aquino falou na possibilidade de antecipação das metas, mas o assunto é complexo, pois são compromissos do edital que só poderiam ser mudados em acordo com as empresas vencedoras. Uma das empresas que têm obrigações é a Brisanet, vencedora de lotes regionais das faixas de espectro de 3,5 GHz e 2,3 GHz. José Roberto Nogueira, CEO da operadora, que participou do evento como espectador, disse que a antecipação é possível, caso o governo crie condições favoráveis.
"É possível antecipar as metas de 2029, mas isso tem um impacto para as operadoras, porque o custo do equipamento lá na frente seria certamente muito menor do que agora. Mas não vejo problema em iniciar os serviços em algumas cidades antes do previsto se tivermos condições. Por exemplo, o governo poderia ajudar com recursos do Fust ou outros mecanismos para reduzir custos de captação de recursos", disse, ao ser abordado por este noticiário.
Nogueira diz que acredita que o mesmo valha para outros provedoras regionais que entraram no 5G, apesar de não falar em nome do setor de PPPs. "Ninguém quer nada de graça e nem precisa ser a fundo perdido. É só colocar uma condição melhor de captação de recursos".
