O gerente geral da Siemens Enterprise, Márcio Gonçalves, afirma que entre 80% e 90% dos aparelhos usados pelas empresas são analógicos. Ainda que as empresas, principalmente os grandes clientes corporativos, adotem soluções digitais, os ramais das pontas continuam analógicos. O mercado de terminais analógicos no Brasil, para o segmento corporativo, nos últimos três anos, tem se mantido em 1,5 milhão de unidades anuais. A despeito do esforço das empresas para desenvolver e vender as soluções IP (inclusive os terminais), os aparelhos IP representam apenas entre 1% e 2% da base instalada. Nos EUA, a penetração de terminais IP já chega entre 20% e 30% nos ambientes corporativos. O custo do aparelho IP mais básico da Siemens está por volta de US$ 200. Ao mesmo tempo que os terminais IP são escassos nas empresas, entre 25% e 30% dos seus equipamentos de PABX são digitais e estão prontos para receber ramais IP, diz o diretor da Siemens Enterprise, Marcos Alonso Cunha. No mundo, segundo Cunha, há pelo menos 1,3 milhão de sistemas habilitados, somente da Siemens, para receber terminais IP.
Transição
Na avaliação do presidente da Siemens Enterprise Systems, Bernd Kuhlin, o prazo de transição para o mercado absorver por completo a telefonia IP, inclusive com a adoção de terminais, é de cerca de dez anos. Gonçalves diz que, quando se faz o cálculo do retorno sobre o investimento (ROI), a aceitação do terminal IP pelas empresas é boa mas os clientes ainda preferem esperar mais um pouco para fazer a substituição. O que falta no País, na avaliação dos executivos da Siemens, é a economia de escala, o que impossibilita a fabricação dos terminais no Brasil.
A Siemens foi, ao lado da Cisco e da Motorola, o segundo maior fabricante mundial em termos de vendas de telecomunicações, com ? 17 bilhões. O primeiro fornecedor foi a Nokia, com vendas de ? 29,5 bilhões. As receitas da Siemens Enterprise em comutação e sistemas convergentes IP foram de ? 3, 7 bilhões. A empresa superou a Avaya, Nortel, Alcatel e Cisco nesse segmento.