Segundo João Manuel Beirão, diretor geral da Inacom (Instituto Angolano de Comunicações), o órgão regulador e fiscalizador do setor em Angola, a entidade pretende realizar em novembro próximo uma feira de produtos e serviços de telecomunicações e um seminário para discutir as possibilidades de investimentos naquele país. A delegação angolana está visitando a Anatel e conhecendo os diversos departamentos e atividades realizadas pela agência brasileira. Um dos pontos que tem despertado mais interesse é a forma como a Anatel contrata terceiros para a prestação de serviços de consultoria, especialmente no tocante à elaboração de regulamentação e também os processos de consultas públicas. Beirão avalia que uma das grandes dificuldades do trabalho de regulamentação em seu país é a ausência de consultorias especializadas.
Na tarde desta quarta feira, 26, os angolanos conheceram o call center da Anatel e discutiram a experiência brasileira sobre a atenção às demandas da sociedade em relação aos serviços de telecomunicações.
Pouco capital estrangeiro
Apesar da permissão de participação com 50% de capital estrangeiro nas operadoras angolanas, apenas a Portugal Telecom participa do capital da estatal Angola Telecom. As outras quatro empresas de telecomunicações fixas (podem prestar qualquer tipo de serviço, menos radiodifusão e TV por assinatura) que receberam em novembro passado suas licenças, não têm nenhuma participação estrangeira. Beirão acredita que no momento em que estas empresas começarem a operar, certamente haverá interesse de investidores estrangeiros em entrar no setor. As previsões da Inacom são de que o potencial do país, que têm cerca de 14 milhões de habitantes, é de um milhão de telefones fixos e móveis.
Em 2001 havia 75 mil acessos de serviço móvel e 70 mil linhas fixa em Angola.
