5G e nuvem híbrida: uma sinergia que vai transformar negócios e experiências no Brasil e na América Latina

O 5G, ou a quinta geração das redes de acesso móveis, trará uma revolução muito além das que foram vistas nas terceiras e quartas gerações (3G e 4G). O 5G possibilita novas aplicações de forma muito abrangente e fundamentado em três pilares:  velocidade de internet até 20 vezes mais rápida do que o 4G, "baixa latência" até (100 vezes mais estável que 4G) e alta densidade de conexões por Km² (10 vezes mais conexões que o 4G).

Marisol Penante
Marisol Penante, líder de consultoria para a indústria de telecomunicações da IBM América Latina

A latência incrivelmente baixa é especialmente importante para a experiência dos jogos de realidade virtual, assim como para os eSports, mundo dos videogames organizado como competição profissional. Quando se trata de velocidade de download de programas de TV e filmes, o 5G definitivamente demonstrou uma melhoria acentuada em relação ao 4G.

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Neste cenário, fica claro que as operadoras de telecomunicações e organizações que farão uso das redes 5G terão em suas mãos um habilitador muito poderoso para gerir sua arquitetura, seja na camada de infraestrutura de redes, aplicações ou as nuvens híbridas. Por meio dessa tecnologia, as organizações podem escolher onde executar seus workloads, seja em um ambiente próprio, público ou ainda em um que mescle os dois tipos, maximizando as potencialidades de cada um em função da sua necessidade de negócio.

Pesquisas recentes destacam este novo contexto – em que os holofotes do mercado novamente colocam a nuvem em destaque com a chegada do 5G. Um estudo do IBV (Institute for Business Value), em colaboração com a Oxford Economics, aponta que no Brasil somente 5% dos entrevistados no País relataram usar uma única nuvem privada ou pública em 2021, em comparação a 45% em 2019.

Bem, de fato esta estatística não nos surpreende. É evidente que estamos atingindo uma nova era da nuvem híbrida, que aproveita a crescente relação entre 'conectividade + computação' para criar valor e otimizar soluções, sem esquecer que junto estão também uma série de outras tecnologias: Inteligência Artificial, big data e analytics, segurança, realidade aumentada, robotização, IoT, todas operando em tempo real. Muitas já operavam no 4G, mas agora com o 5G, serão habilitadas para novos casos de uso que as diversas indústrias já estão buscando identificar.

O edge computing é uma das possibilidades dentro das inúmeras que o modelo de cloud oferece ao mercado – e que, sem dúvida, será um dos protagonistas neste cenário à medida que o 5G vai amadurecendo no Brasil. É isso e fácil de explicar: a união do 5G, que oferece uma conexão com uma latência mais baixa e com a flexibilidade das tecnologias de nuvem híbrida, permitirá colocar o dado mais próximo do cliente. Entre os benefícios mais relevantes vislumbrados até aqui, está uma experiência mais sólida com a IA, agora com a possibilidade de tratar em tempo real, abrindo assim uma gama de novas oportunidades e experiências.  

Vivemos em um País de dimensões continentais, em que a cobertura de rede é um desafio e, por isso, essa capacidade de montar centros de dados mais próximos aos locais em que os dados serão utilizados e que não possuem uma boa cobertura de rede também acelera as  demandas pelo edge computing.

Por fim, vale dizer que as operadoras de telecomunicações também estão se transformando como negócio neste novo momento de Brasil e América Latina. Atentos em criar valor e inovar em torno do crescimento do 5G, esses provedores estão transformando suas redes em plataformas flexíveis de serviços de negócios, que podem ser dimensionadas para suportar volumes crescentes de dados complexos, como já estamos conferindo em diversos segmentos econômicos. Operar como uma plataforma de serviços permitirá que eles abram novas linhas de receita, desenvolvendo redes que podem ser ajustadas e/ou "fatiadas" com base em dispositivos locais e que atendam às necessidades de rede específicas dos clientes.

Sem dúvida, o 5G será um impulso para o desenvolvimento econômico de nossa região, com novas oportunidades para diferentes setores e  inovação aberta para o futuro dos negócios.

*- Sobre a autora: Marisol Penante é líder de consultoria para a indústria de telecomunicações da IBM América Latina.

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