80% das teles latinas não conseguem lançar serviços em menos de 6 meses

Cerca de 70% das operadoras no mundo acreditam que a rapidez com que um serviço é lançado comercialmente, o chamado "time to market", é muito importante para os seus negócios. Destas, 65% conseguem lançar um novo serviço no mercado em até seis meses. A proporção das teles latino-americanas que dão importância ao time to market é basicamente a mesma que a global, porém o contingente que consegue apresentar novidades ao cliente no prazo de seis meses é bem menor, 20%. Ou seja, 80% são incapazes de fazê-lo. Os dados são de um estudo realizado pela Coleman Parkes Research e encomendado pela Amdocs, que divulgou os resultados nesta segunda-feira, 25.
Foram entrevistados executivos de 125 operadoras fixas e móveis da Europa, América Latina, América do Norte e Ásia/Pacífico. E a grande defasagem entre os números globais e latino-americanos não impressiona o diretor de desenvolvimento de negócios da Amdocs, Maurício Falck. Pelo contrário. "Há um atraso muito grande entre o mercado CALA (Caribe e América Latina) e o europeu, por exemplo. De três a cinco anos de defasagem. A maturidade das teles de lá é maior, além dos modelos de negócios que são mais avançados", explica.
A boa notícia é que, segundo o estudo, 80% das operadoras da região CALA creem que precisam modernizar seus sistemas operacionais, de bilhetagem, customer relationship management (CRM), vendas, OSS, entre outros que dão suporte aos negócios das teles. Este é tido por 70% das teles do mundo como um dos principais desafios para a redução do time to market. Cerca de 76% delas citaram a melhora no alinhamento organizacional; 75%, a implementação de mudanças nos sistemas e processos de novos produtos; 81%, um melhor sistema de controle e gestão; e 65% uma melhor integração entre sistemas de suporte operacional e comercial. "O tempo que uma operadora leva entre ter a ideia, marketing, investir na rede, engenharia, e realizar as mudanças necessárias no sistema de suporte de tudo isso, TI, é muito grande. E a integração entre essas áreas costuma ser complicada e demorada", explica. "Vou lançar um serviço que atualiza o seu perfil do Facebook gratuitamente no seu celular. Quem vai gerenciar isso? O marketing, a engenharia? TI? Todos estão envolvidos, como funcionará isso?", acrescenta o executivo, que acredita que essa falta de comunicação e gestão entre as áreas muitas vezes atrasa o lançamento.

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Das 125 empresas analisadas, 26% alegam ter um time to market abaixo de três meses, 39% entre três e seis meses e 26% de seis a 18 meses. Cerca de 5% apresentam time to market acima de um ano e meio.
Impactos
No estudo, cerca de 68% das operadoras citaram a velocidade da criação de um serviço novo como importante diferencial dos negócios, sendo que 95% declararam que este tempo tem um impacto positivo sobre o faturamento. Além disso, 95% afirmaram que o time to market impacta a imagem da empresa e 94% disseram que ele influencia a conquista da lealdade do cliente. "Entre as operadoras, a tecnologia e o portfólio de aparelhos mais ou menos se equivalem. O grande diferencial é quem vai lançar primeiro. Quanto mais tempo demorar a apresentar a novidade, menos clientes sobram para os que lançarem por último", finaliza.

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