Governo está confiante na votação do Marco Civil nesta terça, 25

(Nota atualizada às 19:48) Após a reunião da base aliada na manhã desta terça, 25, o clima é de confiança em relação à votação do Marco Civil da Internet nesta terça. Tanto o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), quanto a ministra das relações institucionais, Ideli Salvati, saíram da reunião confiantes no desfecho da longa tramitação do PL 2.126/2011 na Câmara. "Acredito que não haverá obstrução", disse Chinaglia na saída da reunião. Um termômetro mais fiel do que ocorrerá no Plenário, entretanto, é a reunião da tarde, em que participam todos os líderes partidários, juntamente com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

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Depois do tema neutralidade de rede e data centers, o assunto que tem gerado preocupação, principalmente da oposição, é o artigo 20, que trata da retirada de conteúdo. De acordo com o artigo 20, o provedor só será responsabilizado por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial, não retirar o conteúdo do ar.

De acordo com o relator Alessandro Molon (PT-RJ), a retirada apenas por ordem judicial visa proteger a liberdade de expressão e evitar a censura. As explicações de Molon, contudo, não deverão evitar que o PSDB apresente uma emenda para alterar o artigo 20 para que a retirada aconteça por uma notificação. "Ouvi dizer que alguns partidos vão tentar derrubar o artigo 20, se eles fizerem isso, vão acabar com a liberdade de expressão na Internet. Se ele (artigo 20) for retirado, vai se fortalecer a prática de censura privada no Brasil", disse o deputado. Essa questão também é uma preocupação do PMDB.

Neutralidade

Segundo Molon, o texto final do projeto ainda não está pronto, pois poderá haverá mudanças redacionais até o início da votação. Em relação ao PMDB, cujo líder, Eduardo Cunha (RJ) não participou da reunião, Molon acredita que o partido entende que o texto avançou, mas o partido ainda não teria definido a sua posição sobre a questão da neutralidade. Ao final do dia, contudo, o deputado já havia apresentado a sua versão final para votação.

Vale lembrar que o partido tem uma emenda aglutinativa (reúne diversas emendas) que altera radicalmente o artigo da neutralidade. Pelo texto, seria "facultada a contratação de condições especiais de tráfego de pacotes de dados entre o responsável pela transmissão e terceiros interessados em provimento diferenciado de conteúdo, desde que não haja prejuízo ao tráfego normal de dados".

Outro ponto que incomoda alguns deputados é o fato de a neutralidade estar passível de uma regulamentação por decreto acerca das suas exceções. O medo é de que o governo possa usar deste artifício para interferir indevidamente e "driblar" o que ficará definido pelo Congresso Nacional. Para dirimir essa desconfiança, Molon disse que não há nenhum problema em incluir no texto a expressão de que a regulamentação será feita "para fiel execução da lei", repetindo o artigo 84 da Constituição que trata das prerrogativas exclusivas do presidente da República, entre as quais regulamentar leis. Para tentar evitar essa desconfiança, Molon também colocou no texto que o decreto deverá ser editado depois de ouvidos a Anatel e o CGI.

Data centers

Em relação aos data centers, ficou decidido que, em vez de exigir a guarda dos dados no Brasil, ficará expresso que os dados de brasileiros se sujeitam à legislação nacional, independentemente de onde estejam armazenados.

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