Para GVT, atual patamar da VU-M é "irracional"

O alto custo da interconexão nas redes móveis continua incomodando as empresas de telefonia fixa. O assunto fez parte da agenda dos executivos da GVT, que estiveram nesta terça-feira, 25, com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O presidente da companhia, Amos Genish, elegeu o custo do Valor de Uso Móvel (VU-M) como o maior problema do setor atualmente e pediu empenho político do ministro para fazer com que a tarifa de interconexão caia de preço.
"Esse é um assunto político também, não só regulatório", afirmou Genish. No ano passado a Anatel chegou a elaborar uma proposta para promover uma queda no preço da VU-M por meio de uma redução na tarifa cobrada dos consumidores nas ligações entre telefones fixos e móveis, o Valor de Comunicação (VC). A sugestão da agência era reduzir em 10% a tarifa do VC e, assim, incentivar a queda da VU-M, principal componente dessa tarifa.
Acontece que as empresas fixas alegam que a medida é inútil por conta do percentual fixado pela Anatel. "Na prática, significa quase zero essa mudança, infelizmente. Contando a inflação, essa queda é próxima a zero", calculou o presidente da GVT. Para a empresa, a redução na VC precisa ser de, no mínimo, 20% para existir algum impacto no custo real da VU-M. Esse percentual chegou a ser sugerido pela Superintendência de Serviços Públicos (SPB) da Anatel, mas a proposta foi superada pelos 10% calculados pela Superintendência de Serviços Privados (SPV) da mesma agência. "Esperamos agora que o governo trabalhe em conjunto com a Anatel para baixar isso, permitindo que as pessoas falem mais entre fixos e móveis. Tem que reduzir essa barreira. Mantê-la é irracional, é inexplicável. Esse é o maior problema das telecomunicações atualmente", analisou Genish.

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Mas a reunião não foi apenas para criticar a VU-M. O presidente da GVT aproveitou o primeiro encontro com o ministro Paulo Bernardo para declarar "todo o apoio ao Plano Nacional de Banda Larga". Genish concordou com as iniciativas do governo de apoiar a expansão dos backbones no Brasil e das redes internacionais de telecomunicações, importantes para suportar o crescente tráfego de informações. O executivo também apresentou os planos de investimento da GVT para 2011, mas ao sair do encontro, preferiu fazer segredo sobre a quantia exata que a companhia injetará neste ano. Os detalhes sobre os aportes só serão divulgados nesta quarta, 26, quando a empresa anunciará oficialmente sua entrada no mercado de telefonia fixa no Rio de Janeiro.

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