Com praticamente um ano desdeas primeiras aplicações de 5G nos EUA chegarem comercialmente ao mercado, todasas operadoras dos EUA nesse momento já estão explorando a tecnologia tanto para
a oferta de serviços fixos quanto móveis. As lições aprendidas por cada umadelas, contudo, variam de caso a caso. Em um painel com CTOs e VP de tecnologiarealizado durante o MWC19 Los Angeles, que acontece esta semana, cada uma dasdiferentes operadoras deu uma perspectiva diferente mas todas elas, de umamaneira geral, deixaram claro que o avanço pela nova tecnologia não é apenas umtrabalho de uma empresa de telecomunicações, mas precisa envolver um amploecossistema de desenvolvimento de aplicações.Neville Ray, CTO da T-Mobile, enfatizou a importância de um amplo conjunto de diferentes faixas de espectro para que as diferentes aplicações possam ser melhor exploradas. A empresa está lançando serviços de 5G no espectro de 600 MHz com FDD e já opera em faixas milimétricas em TDD. Com a fusão com a Sprint espera agregar ainda a faixa de 2,5 GHz. "Como engenheiros, nós gostamos de construir estradas para que outros usem. No caso do 5G, para que outros criem formas de inovar. O 5G sem dúvida mudará muitas das aplicações que conhecemos hoje e criará outras", diz.
Nicki Palmer, SVP detecnologia da Verizon, lembra que a chegada do 5G requer uma nova abordagem comtodo o ecossistema, e não apenas com os fabricantes de chips, handsets e rede, "mascom desenvolvedores, com gente que está resolvendo problemas da vida real, comoas aplicações", diz a executiva. "Não conseguimos fazer isso por nós e tambémtem coisas que não conseguimos fazer com 4G. Por exemplo na área deentretenimento, ou serviços públicos. É preciso mergulhar nos problemas e vercomo a conectividade pode ajudar a resolver", diz ela.
John Saw, CTO da Sprint, dizque as possibilidades de slicing, aplicações com baixas latência e capacidademassiva abrem outras possibilidades. "O sucesso do 5G não está no Speedtest,mas no valor que você coloca no espaço digital e nas verticais", diz oexecutivo. Uma das experiências da Sprint, diz ele, é que quando é entreguemais capacidade da rede, as pessoas rapidamente aprendem a usar. "É isso queestamos vendo agora. Uma intensificação do uso da nossa rede, com velocidadesmédias de 200 Mbps, contra uma média de 4 Mbps no 4G".
Para Andre Fuetsch, CTO daAT&T, uma questão essencial para a migração para o 5G é o tempo depreparação prévio da operadora. "No nosso caso, a gente começou a preparar aentrada em 5G muito cedo, nas primeiras definições de padrão. Porque hádesafios novos. Por exemplo, conectar milhões de dispositivos bem diferentes daquelesque a gente costumava conectar com 3G e 4G", afirma. A AT&T apostafortemente nas aplicações empresariais como caminho natural para a introduçãodas redes de 5G, porque é nesse segmento que estão as primeiras aplicaçõestransformadoras.
"Estamos nos primeiros passos do 5G e já tem muita coisa para a gente comemorar. É uma arquitetura totalmente diferente. O 5G é algo que muda completamente o ecossistema de dispositivos, de aplicações, e tudo isso já está acontecendo", afirma Fuetsch.