Após receber e ouvir pleitos de provedores regionais de Internet que tiveram redes afetadas nas enchentes do Rio Grande do Sul, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, defendeu medidas lideradas pelo governo para reconstrução da malha de conectividade do estado.
Em reunião do Conselho Diretor realizada nesta quinta-feira, 23, Baigorri notou que muitos provedores regionais foram severamente afetados pelo desastre, que tem afetado a região durante todo o mês de maio.
"É importante que o Estado brasileiro, liderado pelo governo federal, pelo Ministério das Comunicações e também pela Anatel, possa tomar as medidas para ajudar na reconstrução das redes de telecomunicações no Rio Grande do Sul", afirmou Baigorri, na ocasião.
Na mesma reunião, o conselheiro Artur Coimbra citou dados atualizados da InternetSul sobre o impacto das chuvas na banda larga do estado – apontando 100 provedores regionais de 152 cidades com redes comprometidas e 226 mil assinantes afetados, com projeção de que se alcance 340 mil. Do ponto de vista financeiro, o custo da reconstrução seria orçado em R$ 1,22 bilhão pela InternetSul
Coimbra – que na Anatel preside o Comitê de Prestadoras de Pequeno Porte, ou CPPP – afirmou que se reunirá nesta sexta-feira, 24, com a InternetSul para um update dos dados.
"As PPPs podem contar com apoio da Anatel. Amanhã a InternetSul vai nos apresentar dados atualizados e medidas e a partir disso, vamos elaborar um conjunto de ações para dar apoio a esse processo", afirmou Coimbra. No plano federal, veja algumas das demandas já publicizadas pelos provedores regionais:
ISPs gaúchos pedem recursos e barreira competitiva para reconstruir redes
Artur Coimbra também enumerou ações já tomadas pela Anatel, como a ativação de protocolos emergenciais, a coordenação da abertura de roaming entre as operadoras móveis, ações para restabelecimento do serviço de tridígito de utilidade pública e acompanhamento do envio de alertas à população por meio de SMS.
Também foram citadas as medidas emergenciais para manutenção da conectividade da população gaúcha, como a não suspensão de chips pré-pagos sem saldo nem de demais serviços inadimplentes, enquanto perdurar a situação de emergência. "Claro, TIM e Vivo anunciaram efetivamente ações neste sentido", afirmou.
Como apontado por TELETIME ao longo das últimas semanas, as teles têm realizado uma operação de guerra para garantir a conectividade na região. Coimbra recordou o impacto inicial das chuvas de maio nas redes móveis e afirmou que 300 cidades no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina tiveram infraestrutura móvel afetada. Na última atualização da Anatel, 104 cidades nos dois estados ainda enfrentavam instabilidade nos serviços de telefonia celular.
Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, um total de 468 cidades gaúchas foram afetadas pelas chuvas, impactando uma população de 2,3 milhões habitantes. São 163 óbitos confirmados em decorrência das enchentes, com 72 pessoas ainda desaparecidas e 806 feridos.
Há também 581 mil pessoas desalojadas, sendo 65 mil delas em abrigos. Especificamente entre trabalhadores de provedores regionais, são 7,7 mil funcionários de ISPs afetados, sendo que 791 se encontram em situação de desalojamento, informa a InternetSul.
