O serviço de entrega de sinais de televisão TIM TV Access, lançado nesta sexta, 22, é um produto para um nicho de mercado muito específico. Não existe, por isso, a pretensão de concorrer com a própria televisão, até porque a qualidade de imagem é bem inferior, assim como a de som (a utilização de um fone de ouvido é necessária para uma boa audição). A afirmação é do presidente da TIM do Brasil, Mario Cesar Araujo. Na verdade, diz ele, o serviço funcionará mais como um instrumento de marketing para firmar uma imagem de empresa moderna e vanguardista. Até o final do ano, o acesso aos canais não será cobrado. Após este período, a operadora cobrará ?alguma coisa inferior a R$ 1/minuto de acesso?, explica Araujo, sem especificar valores.
Adequação
A comercialização dos handsets estreará com apenas dois aparelhos da Nokia (6600 e 3650), dos quais foram importadas 5 mil unidades. A diversidade de aparelhos e a multiplicidade de canais a serem oferecidos estarão condicionadas à receptividade do mercado brasileiro ao novo produto, já lançado na Itália, Grécia, Venezuela, Peru e Chile e, brevemente, na Turquia.
No momento, a TIM negocia a implantação de outros canais, inclusive em língua estrangeira. Usuários do TIM TV, em roaming internacional, se estiverem em países com acordo para interconexão de dados continuarão a acessar a programação brasileira como se estivessem no Brasil. Aliás, um dos alvos da operadora são os executivos que viajam freqüentemente. Os funcionários italianos da TIM no Brasil, por exemplo, usam seus celulares para acompanhar o noticiário da RAI: ?Queremos oferecer ao nosso usuário a possibilidade de, ao estar longe de casa, permanecer perto de seu cotidiano?, afirmou Araujo.
Como funciona
O sistema TIM TV Access foi desenvolvido no TIM Labs, laboratório de pesquisa da operadora na Itália. Os sinais dos canais abertos são captados por antena e os do cabo são recebidos por fibra na central da TIM no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na plataforma de servidores os sinais são comprimidos e otimizados para transmissão pela rede GPRS entre 15 e 20 kbps, em 15 frames por segundo (daí a diminuição da qualidade da imagem, semelhante à obtida em teleconferências via internet). O sinal fica disponível na rede nacional da TIM, para ser acesso em qualquer uma das localidades onde haja rede GPRS.