Operadoras apontam competição com 'bets' pelo gasto do cliente

Foto: Marcos Mesquita

Operadoras de telecom como Claro e TIM estão olhando com preocupação o crescimento das plataformas de apostas (as populares bets) no mercado brasileiro. Elas enxergarem o segmento como competidor pelo gasto do cliente (sobretudo o pré-pago), e descartam parcerias com as casas de apostas como complemento de valor aos produtos.

O tema foi abordado durante o evento TELETIME Tec, promovido por TELETIME em São Paulo nesta quinta-feira, 20. Para o CEO da unidade de consumo da Claro, Paulo Cesar Teixeira, hoje as bets são os principais competidores das teles pelo "share of wallet" (a porcentagem do gasto que uma empresa captura em relação aos concorrentes), sobretudo na camada de baixa renda.

"É o principal competidor nesse momento, e não sei quanto isso pode ser danoso em um horizonte mais longo. Não sabemos até que ponto a bet é algo bom, porque pessoas de baixa renda com dificuldades de manter necessidades básicas estão apostando de maneira muito simples", afirmou Teixeira.

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Diretor de marketing (CMO) da TIM, Paulo Esperandio seguiu abordagem similar, notando a relevância que a cadeia de apostas já possui no País. A TIM trabalha com a estimativa que hoje existam entre 22 milhões e 25 milhões de usuários das bets no Brasil, o que drena um volume significativo do orçamento das famílias.

"Elas são uma realidade e um negócio super penetrado, e que gera competição dentro do bolso em relação aos serviços que a gente presta", afirmou Esperandio, notando que grupos do varejo compartilham da mesma preocupação. Em paralelo, a TIM tem reserva com possíveis parcerias com empresas do segmento de apostas, a exemplo do que as teles fazem com outros recursos, como streaming.

"Eu poderia entrar nisso, mas estaria alimentando a pessoa com algo nutritivo ou com isopor? Isso gera valor? Pode gerar como entretenimento, mas será que é o moralmente correto?", questionou Esperandio. "Queremos entender em detalhes qual é o impacto desse novo elemento", completou o executivo. Para Paulo César Teixeira, antes de pensar em modelos de parceria, é preciso pensar se esse é um modelo que deve ser estimulado junto ao consumidor. " Precisamos pensar se isso é bom para o nosso cliente" , disse ele, colocando ressavas ao modelo de bet como "oportunidade" .

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