63% dos consumidores compartilhariam informações pessoais com suas operadoras

Uma pesquisa realizada em abril pela Amdocs com 3,9 mil consumidores de 13 países, incluindo o Brasil, e divulgada em seu evento anual In Touch em Cingapura na quarta-feira, 19, mostrou que os assinantes de serviços de telecomunicações estão dispostos a abrir mão de sua privacidade e compartilhar informações pessoais, mas por um preço. De acordo com o vice-presidente de estratégia de marketing da Amdocs, Alaister Hanlon, "os dados dos clientes têm o potencial de se transformarem em uma nova moeda na indústria de telecomunicações". O executivo cita pesquisas que estimam que um aumento de 10% na acessibilidade desses dados possam gerar receitas adicionais de US$ 65,6 bilhões e que o acréscimo de 10% na usabilidade das informações induza uma receita estimada de US$ 2 bilhões. Dados de localização do usuário poderiam ainda contribuir ainda com um aumento de US$ 600 bilhões nos gastos globais com compras de produtos e serviços.

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Embora a quebra de privacidade tenha ganhado destaque nas últimas semanas com a revelação de um programa clandestino de vigilância eletrônica da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, em operação desde 2007, Hanlon destaca que o problema maior dos norte-americanos com a questão não foi a quebra de privacidade em si, mas sim as pessoas não terem sido comunicadas previamente. "Cerca de 65% das pessoas que postam fotos no Instagram ou no Facebook ou que sobem vídeos no YouTube não se importam com privacidade. E enquanto 59% das pessoas que compram online não dão importância para questão de privacidade, 36% deles ainda divulgariam essas informações de graça", conta Hanlon.

Toma lá, dá cá

De acordo com a pesquisa, de maneira geral, 63% dos consumidores considerariam compartilhar informações pessoais com suas operadoras. Na liderança dos benefícios estão descontos no preço de planos de serviços (citado por 65% das pessoas); aumento na velocidade do acesso à Internet (61%); prioridade nos serviços de atendimento (54%) e planos compartilhado entre múltiplos dispositivos (50%).

Um total de 57% dos entrevistados compartilhariam informações ainda mais detalhadas com suas operadoras em troca de recompensas em dinheiro, ofertas personalizadas de produtos e serviços, cupons e ofertas exclusivas ou pontos em programas de fidelidade, nesta ordem. "Os consumidores vêm valor em compartilhar informações pessoais, como informações familiares, localização, histórico de compras e vídeos assistidos na TV ou no YouTube e perfis nas redes sociais, em troca de melhores serviços ou recompensas", detalha Hanlon.

E ainda 54% dos entrevistados permitiriam que suas operadoras compartilhassem seus dados pessoais com terceiros (como empresas parceiras) desde que permanecessem anônimo (22%) ou consultado previamente (20%) – 12% não teriam nenhuma restrição ao compartilhamento.

Para Hanlon, o uso dessas informações pelos provedores de serviço é uma grande oportunidade de receitas. "Conseguir combinar todo esse Big Data em uma experiência única para saber quem é o seu cliente e o que ele quer é uma maneira de gerar maior satisfação para os usuários e um diferencial competitivo", pontua.

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